Secretário prevê recuperação econômica antes do previsto: “sete anos é exagero”

Mansueto Almeida

 O secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Mansueto de Almeida, falou à Jovem Pan que com o limite de gastos públicos, a recuperação econômica pode se dar antes do esperado: “Com crescimento da receita e superávit primário, a recuperação pode começar antes. O prazo de sete anos é exagero. (…) A recuperação pode ser mais rápida do que muita gente espera”.

Almeida ressalta que a primeira vez no Brasil que se tenta fazer um ajuste fiscal no sentido de conter gastos ao invés de aumentar os impostos: “Toda tentativa de ajuste fiscal no Brasil, desde a implantação do plano real, sempre foi feito do lado da carga tributária. É a primeira vez que se tenta pelo lado do gasto, limitar crescimento do gasto até recuperar o primário”. O País passa por seu segundo ano de recessão, sendo que a última vez que isso ocorreu foi em 1930 e 1931, em um contexto de crise mundial.

Para o secretário, devido às vinculações orçamentárias, é difícil realizar um corte de gastos públicos em um curto período de tempo: “O orçamento do Brasil é carimbado para despesas específicas, não dá para cortar no curto prazo. A equipe econômica diz que não dá para fazer cortes pontuais, precisa de um ajuste fiscal que se prolongue ao longo do tempo, dado que o governo está saindo de uma situação de desequilíbrio”.

Henrique Meirelles e Michel Temer analisam que o Brasil deve atingir a mesma estrutura demográfica do Japão, com muitos idosos, e com isso, defendem outra reforma que é a previdenciária. Almeida explica que a questão irá tramitar no Congresso: “No Brasil não faz sentido ter pessoas se aposentando com 48 anos de idade. Vai ser discutido com as centrais sindicais e enviado ao Congresso, que por sua vez irá discutir a questão”.