Sucessor de Teori deve ser nomeado em até 15 dias para evitar transferência de processos da Lava Jato

  • Por Jovem Pan
  • 20/01/2017 09h20
Rosinei Coutinho/SCO/STF Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) em julgamento de liminar contra Renan Calheiros na presidência do Senado - STF

Nem 24 horas após a morte do ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki, já se inicia o interesse por parte da política na nomeação de um novo sucessor.

A disputa da relatoria da Lava Jato é um dos pontos que causam uma “queda de braço” entre os âmbitos político e jurídico.

Para que a presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, não faça a transferência imediata dos processos que estavam sob a tutela de Teori, a parte política deve tentar indicar em até 15 dias um novo nome para ocupar a cadeira.

Confira as informações do repórter José Maria Trindade:

Acidente aéreo

O ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki morreu no acidente do avião que caiu nesta quinta-feira (19) nas proximidades de Paraty, no Rio de Janeiro. A aeronave partiu do Campo de Marte (SP) e ia para o Rio de Janeiro com quatro passageiros a bordo. A informação da morte do magistrado foi confirmada pelo filho dele pelo Facebook. Antes, o filho de Zavascki havia confirmado a presença do pai no voo e pediu para os amigos para “rezarem” pela sobrevivência do ministro.

Teori, que tinha 68 anos, era o ministro relator das ações da Operação Lava Jato no Supremo. Cabia a ele os próximos e decisivos passos da investigação que envolve alguns dos políticos mais emblemáticos do Brasil e que possuem foro privilegiado e, portanto, só podem ser julgados pela mais alta corte.

O ministro era responsável pela homologação das conhecidas “delações do fim do mundo”, colaborações de 77 executivos da construtora Odebrecht com a Justiça. A expectativa era que o ministro do STF começasse a decidir em fevereiro a oficialização ou não das delações que envolviam diversos políticos importantes dos núcleos do governo de Michel Temer e Dilma Rousseff. Enquanto estava em recesso, a equipe de juízes do ministro analisava o extenso material resultante de uma longa negociação que se estendeu por todo o ano de 2016.

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