Ibovespa sobe com cenário internacional e investidores à espera de PEC; dólar recua

Mercado mantém ritmo de recuperação após quedas acumuladas na semana passada

  • Por Jovem Pan
  • 01/03/2021 13h14 - Atualizado em 01/03/2021 18h02
Wikimedia Commons Dólar fechou praticamente estável com piora da pandemia e ata do Banco Central Dólar fechou praticamente estável com piora da pandemia e ata do Banco Central

O mercado financeiro mantém o ritmo de recuperação nesta segunda-feira, 1º, impulsionado pelo otimismo internacional e com investidores à espera da votação da PEC Emergencial no Senado. Por volta das 13h10, o dólar caia 0,62%, cotado a R$ 5,570. A divisa americana chegou a bater máxima de R$ 5,608, enquanto a mínima não passou de R$ 5,556. O dólar fechou a semana passada com alta de 1,65%, a R$ 5,605. A moeda acumulou valorização de 2,39% em fevereiro, enquanto desde o início do ano já cresceu 8,03% ante o real. Acompanhando o bom humor nos mercados internacionais, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, registrava alta de 1,61%, aos 111.787 pontos.  O pregão fechou a semana passada com queda de 1,98%, aos 110.035 pontos.

Mercados na Europa e nos Estados Unidos operam com alta neste início de mês após a aprovação do pacote de US$ 1,9 trilhão para estímulos à economia norte-americana neste fim de semana. O bom humor dos investidores também é impulsionado pelo ritmo de vacinação contra a Covid-19 em diversas áreas dos EUA e a queda das taxas de juros de títulos soberanos.

No noticiário doméstico, investidores acompanham as tratativas para a retomada do auxílio emergencial e a votação da PEC Emergencial, que abre espaço no orçamento para as novas rodadas do benefício. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se reuniu com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), neste domingo, 28, para acertar a votação da PEC pelos senadores entre amanhã e quarta-feira, 3. O ministro da Economia, Paulo Guedes e outros auxiliares do presidente também participaram das negociações. O texto que cria cláusulas de calamidade para o corte de gastos deveria ter sido votado pelo Senado na última quinta-feira, 25, mas a decisão foi adiada pela falta de consenso entre líderes do Congresso.  Investidores temem que o texto seja dividido e que o benefício seja liberado antes que o Legislativo chancele as medidas semelhantes à PEC de Guerra aprovada em 2020 que tiram a despesa do limite do teto de gastos. Lideranças do Congresso se opuseram à aprovação de contrapartidas para a liberação do benefício e classificaram a imposição do governo federal como “chantagem.”

O mercado financeiro revisou para cima as expectativas para a inflação e dólar em 2021, segundo números publicados no Boletim Focus nesta segunda-feira. Economistas e entidades consultadas pelo Banco Central estimam que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerre o ano com avanço de 3,87%. Esta é a oitava revisão de alta seguida. Há uma semana, a expectativa era de 3,82%, enquanto há um mês chegava a 3,53%. O novo valor está acima do centro da meta de 3,75% perseguida pela autoridade monetária nacional, com margem para flutuar entre 2,25% e 5,25%. Ao mesmo tempo, os analistas consultados pela autoridade monetária nacional enxergam o dólar a R$ 5,10 até o fim deste ano. Esta foi a segunda semana seguida de revisão na expectativa. Há uma semana, a previsão era de R$ 5,05, enquanto há um mês a projeção indicava o dólar a R$ 5,01.

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