Bolsonaro vê interesse eleitoreiro de Lula em revogação da reforma trabalhista

Em entrevista à Jovem Pan News, presidente também falou de reformas em ano eleitoral e admitiu inviabilidade no Congresso Nacional

  • Por Jovem Pan
  • 11/01/2022 10h21
Foto: Isac Nóbrega/PR Jair Bolsonaro Jair Bolsonaro, presidente da República

O presidente Jair Bolsonaro (PL) concedeu uma entrevista na última segunda-feira, 10, para o programa ‘Os Pingos nos Is’, da Jovem Pan News. Durante mais de 40 minutos, ele respondeu aos questionamentos da casa sobre reformas no Congresso e a próxima eleição presidencial. Ele afirmou que realizar tais reformas neste ano não será viável, por causa das eleições em outubro. Bolsonaro ainda criticou a proposta de Lula e do PT de revogar a reforma trabalhista, aprovada no governo Michel Temer (MDB) e acusou haver interesse eleitoreiro do ex-presidente petista diante do tema.

“Essa pequena reforma do Temer deu fôlego à criação de empregos. Pode ter certeza que se não fosse o presidente Michel Temer, com essa reforma trabalhista lá atrás, que não tirou direito de ninguém, nós teríamos seríssimas dificuldades em 2020 e 2021, nos anos da pandemia. E quando o Lula fala em revogar isso daí, ele parte do princípio, obviamente, que uma coisa ele está fazendo, quando você vê certas lideranças, certos presidentes de partido fechando com ele, ele está fazendo seu ministério”, disse Bolsonaro.

O presidente entende que será difícil avançar com reformas em ano eleitoral, sobretudo a administrativa, parada no Congresso. “A gente gostaria que a reforma administrativa avançasse, mas eu tenho sete mandatos de deputado federal e, nesses anos, onde existe as eleições para presidente, para senadores e para deputados, essa é uma difícil… não tem negociação. O parlamentar, no final das contas, ele vê onde que ele vai pagar o preço daquele voto contrário ou favorável a tal proposta. Muito difícil que qualquer proposta siga dentro do parlamento e que possa despertar qualquer sentimento outro junto ao eleitorado brasileiro”, opinou.

Sobre a condução da pandemia, Bolsonaro afirmou acreditar estar indo bem e ressaltou o fato de o Brasil ser um dos países que mais vacinam no mundo. Sobre a crise econômica que o país enfrenta, Bolsonaro disse que a inflação é efeito das medidas restritivas adotadas por muitos estados, como São Paulo, e destacou a geração de empregos no último ano. Ele acredita que esse é um dos fatores que pode contar a favor dele em outubro de 2022. “Eu acredito que a gente está em condições de, por ocasião das eleições, praticar um bom debate. Acho que os debatedores vão se surpreender, achando que vão me encurralar. Muito pelo contrário. Temos muito o que falar, o que apresentar de entrega que nós fizemos”, pontuou Bolsonaro.

O presidente foi questionado ainda sobre possíveis nomes para o Supremo Tribunal Federal (STF), caso seja reeleito, uma vez que o próximo presidente deverá indicar dois ministros para a Suprema Corte. Bolsonaro disse que, para ele, o currículo não é tão importante, e sim se o ministro está alinhado na forma de pensar do governo. “Não adianta o cara chegar para mim, uma autoridade: ‘esse cara aqui tem um excelente currículo’. O excelente currículo passa por esse candidato ter alguma afinidade outra para comigo, para eu saber como ele vai proceder lá na frente. Agora, tenho, sim, hoje em dia, dois nomes, que se fossem para ser indicados hoje, eu teria dois nomes para disparar agora. Mas, obviamente, não posso e nem vou dizer os nomes nesse exato momento”, disse.

*Com informações da repórter Carolina Abelin

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