Constantino: CPMI das fake news tem viés autoritário
O Congresso Nacional realiza, desde setembro, a CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) das fake news, que investiga a criação de perfis falsos para influenciar as eleições de 2018, além de ataques cibernéticos contra a democracia. Também está entre os objetivos apurar ofensas virtuais contra autoridades, candidatos e cidadãos vulneráveis e o aliciamento de crianças para cometer crimes de ódio.
“Isso realmente virou um circo de horrores – e até uso a palavra circo pedindo desculpa aos envolvidos em uma atividade nobre como essa, porque o palhaço não merece essa comparação. Aquilo virou um show de horrores e virou, mais do que um baixo nível, mostrou um assassinato a língua portuguesa, com figuras que são verdadeiras analfabetas funcionais e que ocupam um cargo importante como representante do povo no Congresso.
Mas mais do que isso: eu acho que demonstrou um viés autoritário e uma visão muito equivocada do que seja o combate à essas fake news por parte, principalmente, dos parlamentares de esquerda. Eles tem essa inclinação por uma censura – basta ver o que aconteceu em países onde a esquerda mais radical chegou ao poder e conseguiu consolidar essa visão de mundo. É uma visão que quer concentrar, na classe política, o que pode ou não pode ser dito nas redes sociais.
Uma coisa é você reconhecer que existe uma militância – orgânica ou comandada -, do lado bolsonarista e também do lado petista, que pratica disseminação de notícias falsas, assassinato de reputação, perfis falsos, robôs. Isso é uma coisa. Outra coisa é o que ficou claro ali na boca e nas falas de deputados de esquerda, que eles querem perseguir pessoas que tem nome, CPF e apenas vão contra àquilo que eles consideram adequado chamar de jornalismo e coisas do tipo.
Então isso é inaceitável, inadmissível. Eu acho que essa CPMI vai para um caminho muito ruim, além da baixaria, perigoso em relação ao ataque à liberdade de expressão nas redes sociais. O combate às fake news tem vindo como um pretexto para, de fato, vir com censura à liberdade de expressão, e isso a população brasileira não pode aceitar”, avaliou Constantino.
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