Rodrigo Constantino: Nova fase derruba narrativa de que a Lava Jato é partidária

  • Por Rodrigo Constantino/Jovem Pan
  • 20/02/2019 07h15 - Atualizado em 20/02/2019 07h28
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Geraldo Magela/Agência Senado Um dos alvos de prisão preventiva foi Paulo Preto, ex-diretor da Dersa, suposto operador do PSDB e suspeito de operar propinas da Odebrecht

Vimos nesta terça-feira (19) a Operação Ad Infinitum, nova fase da Lava Jato. Um dos alvos de prisão preventiva foi Paulo Preto, ex-diretor da Dersa, suposto operador do PSDB e suspeito de operar propinas da Odebrecht.

A fase também cumpre mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao ex-senador, ex-ministro das Relações Exteriores e ex-motorista do terrorista Marighella, Aloysio Nunes, do PSDB.

A Procuradoria acusa Paulo Preto de ter movimentado pelo menos R$ 130 milhões em contas na Suíça, entre 2007 e 2017. Um delator disse que Preto teria R$ 100 milhões em dinheiro, o dobro de Geddel Vieira. É tanta nota que o operador tinha que dar banho de sol nelas para evitar que estragassem.

Milhão é vírgula em Brasília, trocado. Os esquemas de desvio de recursos são bilionários, e os principais motivos são basicamente dois: impunidade e tamanho do estado. A Lava Jato ataca o primeiro, mas o segundo continua intocado.

Enquanto o governo concentrar tanto poder e recursos, os esquemas de corrupção serão tentadores demais, mesmo com o aumento da punição. É muito dinheiro! “Investir” em lobby, em rede de contatos com poderosos, talvez seja o “negócio” mais lucrativo do Brasil.

A operação derruba, uma vez mais, a narrativa falsa dos petistas, de que a Lava Jato era partidária. Não é. É anticorrupção, e corrupto há em todo lugar. Ninguém além dos próprios petistas tem culpa se há mais no PT.

Essa metástase que se espalha por quase toda a política nos lembra de Stanislaw Ponte Preta, codinome humorístico de Sérgio Porto. Em sua famosa tirada, que é a epígrafe do meu livro sobre o “jeitinho” brasileiro, ele diz: “Instauremos a moralidade ou nos locupletemos todos”.

Até aqui o Brasil preferiu seguir pelo último caminho. A Lava Jato é uma tentativa de mudar isso, como foi a vitória de Bolsonaro. Espera-se que não seja apenas mais uma ilusão.

Nesse sentido, é animador saber que o jovem liberal Kim Kataguiri assumiu a presidência da Frente Parlamentar pelo Livre Mercado. Só de existir algo assim nos enche de esperança. O liberalismo – junto do fim da impunidade – é o melhor antídoto contra a corrupção.

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