Rodrigo Constantino: Novo ministro do MEC deve limpar lixo ideológico e avançar com qualidade
Finalmente Bolsonaro agiu e demitiu o ministro Ricardo Vélez Rodríguez do MEC. Lamento não a tardia decisão, mas o fato de um brilhante intelectual com viés liberal como Vélez ter se mostrado, de fato, inapto para a função.
É a prova de que cada macaco deve ficar no seu galho, e que nem sempre preparo teórico é o mesmo que eficiência em gestão.
Ao que tudo indica, porém, houve uma substituição de seis por meia-dúzia: o novo ministro apresenta perfil ideológico semelhante, o que não vejo como problema, mas carece também de experiência administrativa, o que pode ser, sim, um problema.
A ideologia comunista é um grave mal do “ensino” brasileiro, mas não o único. Há péssima formação geral dos professores, falta de disciplina nas escolas, infraestrutura capenga, currículo desatualizado etc.
Enfim, o buraco é bem mais embaixo do que só combater o marxismo cultural, que é, sim, uma meta importante. Até porque vários desses outros problemas derivam, de certa maneira, da hegemonia esquerdista no setor ao longo de décadas.
O patrono da nossa “educação” é Paulo Freire, o comunista que bajulava ditadores e importou a luta de classes marxista para dentro da sala de aula.
Mas para avançar com nossa qualidade de ensino, não basta declarar guerra aos comunistas, tampouco é aceitável trocar uma ideologia por outra.
Os alunos de Olavo de Carvalho protagonizaram trapalhadas durante a gestão de Vélez, e pelo visto estão de volta agora. Espera-se que o governo Bolsonaro tenha aprendido a lição. Liberais sequer gostam da ideia de existir o MEC, e preferem alternativas descentralizadas e, para os mais pobres, vouchers para que possam estudar em escolas particulares.
Mas já que existe o MEC, então é preciso fazer o melhor trabalho possível de gestão para que os alunos não sejam prejudicados com atrasos e confusões, típicas das últimas administrações.
E a solução para os problemas definitivamente não envolve mais recursos públicos. Tomara que o novo ministro entenda isso tudo e faça um bom trabalho, não só de limpeza do lixo ideológico, mas também na gestão da pauta.
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