Rodrigo Constantino: O que vai acontecer agora com a Venezuela?

  • Por Jovem Pan
  • 25/01/2019 13h20
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EFE Como fica claro, a situação ainda é muito delicada e está longe de uma solução

Que os venezuelanos agora ao menos têm uma chance de liberdade, isso está claro. Afinal, o presidente Trump falou bem grosso e não descartou o uso dos militares caso Maduro parta para a violência total para se manter no poder. O vice-presidente brasileiro, General Mourão, descartou qualquer participação dos nossos militares numa operação. Mas o presidente Bolsonaro tem feito declarações firmes de apoio às mudanças no governo do país vizinho.

Por outro lado, a China alertou os americanos para que fiquem de fora do problema, e os russos falaram em “banho de sangue”.

Como fica claro, a situação ainda é muito delicada e está longe de uma solução. Maduro está acuado, sem dúvida, e a pressão aumentou muito. A crise atinge novo patamar, e o risco de uma guerra civil não é desprezível nem pode ser descartado. Caso estoure uma guerra civil, há muita incerteza de qual será a reação das lideranças internacionais, tanto do lado justo como do lado maligno, que apoia Maduro. Estaríamos nos encaminhando para uma reedição da Guerra Fria? Tomara que não. Tomara que Maduro vá buscar refúgio em Cuba e os militares apoiem o novo presidente de transição, o que seria a solução mais tranquila.

Mas não dá para contar com isso apenas. Quando “progressistas” em cima do muro, que condenam o regime de Maduro, mas se recusam a apontar para o socialismo como real culpado, pedem uma solução “negociada e pacífica”, temos o direito de perguntar: como? Quem acha mesmo que Maduro vai entregar o poder voluntariamente e se entregar para ser preso? Alguém acha que essa saída é factível? O editorial do GLOBO desta quinta, jornal que adota exatamente essa postura ingênua, reconhece que Chávez e Maduro espalharam bandidos até na Suprema Corte, assassinos e traficantes que tomaram o poder. Mas acredita que a única solução viável é o diálogo…

Confesso não enxergar muita alternativa além de um confronto mais direto e firme. E, se for esse mesmo o caso, que seja! Ao menos os venezuelanos terão uma chance de lutar por sua liberdade, o que é sempre melhor do que aceitar passivamente a escravidão e a miséria, impostos pelo socialismo.

Agora fica mais fácil entender o motivador dos desarmamentistas de esquerda. Se a população venezuelana tivesse armas, como os suíços, israelenses ou americanos, a resistência ao regime opressor teria mais chances de sucesso. E os venezuelanos têm todo o direito de pegar em armas para depor o tirano socialista. Espero que contem com o apoio do governo americano – e também do brasileiro – nessa empreitada rumo à liberdade…

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