Na última semana do 2º turno, Marina Silva declara ‘voto crítico’ em Haddad citando ‘consciência cristã’

  • Por Jovem Pan
  • 22/10/2018 18h07 - Atualizado em 22/10/2018 18h17
Juca Varella/Folhapress "Minha manifestação é puramente simbólica, mas é meu dever ético fazê-la", explicou a ex-ministra

Marina Silva, candidata à presidência pela Rede derrotada no primeiro turno das eleições deste ano, usou as redes sociais nesta segunda-feira (22) para declarar voto em Fernando Haddad (PT). Assim como Ciro Gomes (PDT), no entanto, a ex-ministra disse se tratar de um “voto crítico” por ser contrária ao Partido dos Trabalhadores.

Em um longo texto compartilhado no Facebook, Marina falou sobre as “ameaças” que uma suposta eleição de Jair Bolsonaro (PSL) pode representar ao país. Entre esses “riscos”, pontuou “o desmonte da estrutura de proteção ambiental conquistada ao longo de décadas, a desconsideração da diversidade existente na sociedade e o pouco apreço às regras democráticas”. Além disso, citou sua “consciência cristã”.

“É um engano pensar que a invocação ao nome de Deus pela campanha de Bolsonaro tem o objetivo de fazer o sistema político retornar aos fundamentos éticos orientados pela fé (…). A pregação de ódio contra as minorias frágeis, a opção por um sistema econômico que nega direitos e um sistema social que premia a injustiça faz da campanha um passo adiante na degradação da natureza, da coesão social e da civilização. Não é um retorno genuíno ao mandamento do amor, é uma indefensável regressão e, portanto, uma forma de utilizar o nome de Deus em vão”, escreveu.

A ex-ministra ainda ressaltou seu compromisso com a defesa das instituições brasileiras, declarando mais uma vez ser favorável à Operação Lava Jato, e criticou o “projeto de poder pelo poder” do PT. Mesmo assim, considerou a candidatura de Haddad menos “perigosa”.

“Cada um de nós tem, em sua consciência, os valores que definem seu voto. Sei que, com apenas 1% de votação no primeiro turno, a importância de minha manifestação, numa lógica eleitoral restrita, é puramente simbólica. Mas é meu dever ético e político fazê-la. Importa destacar que, como já afirmei ao final do primeiro turno, serei oposição, independentemente de quem seja o próximo presidente do Brasil”, disse.

“Diante do pior risco iminente, de ações que, como diz Hannah Arendt, ‘destroem sempre que surgem’, ‘banalizando o mal’, propugnadas pela campanha do candidato Bolsonaro, darei um voto crítico e farei oposição democrática a uma pessoa que, ‘pelo menos’ e ainda bem, não prega a extinção dos direitos dos índios, a discriminação das minorias, a repressão aos movimentos, o aviltamento ainda maior das mulheres, negros e pobres, o fim da base legal e das estruturas da proteção ambiental, que é o professor Fernando Haddad”, concluiu.

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Publicado por Marina Silva em Segunda, 22 de outubro de 2018

Em suas redes, Haddad agradeceu o apoio dizendo que está “cheio de orgulho”.

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