Tentando barrar crescimento de Bolsonaro, Haddad explora legado de Lula na Bahia
Fernando Haddad (PT) escolheu a Bahia para terminar a sua campanha, neste sábado (6). Ele participou de uma caminhada em Feira de Santana, segundo maior colégio eleitoral do estado. A agenda na Bahia foi marcada de última hora após o avanço de Jair Bolsonaro (PSL) na região. Para tentar frear a subida do adversário, Haddad buscou fixar sua imagem ao ex-presidente Lula.
O objetivo político da atividade, segundo a direção do PT da Bahia, foi reforçar o pedido do voto “no 13” e associar ainda mais Haddad a Lula, dono do legado lulopetista na Bahia. “Quem tá com Lula, vota no Haddad. Quem vota em Rui, vota em Haddad. É 13 no Brasil, é 13 na Bahia, eu quero ver, eu quero ver a correria”, diz um dos jingles de campanha de Rui Costa (PT), governador candidato à reeleição, tocado insistentemente no trio elétrico que seguia na frente da caminhada.
Em Feira de Santana, Haddad falou apenas com emissoras de televisão antes de dar início à caminhada. De camisa branca, com uma estrela vermelha no peito e adesivos da sua campanha colados nas roupas, ele desfilou pela cidade com um chapéu de vaqueiro, em cima de uma caminhonete, próximo ao público, acenando para transeuntes que se concentravam nas calçadas em frente bares e restaurantes, tirando selfies com eleitores petistas que caminhavam atrás dele – boa parte, de uma claque ligada a candidatos a deputado que chegaram ao ato de ônibus, logo cedo.
Haddad teve o desafio de conversar com o eleitor feirense, na véspera da eleição, mas sem discursar. Isso porque as regras eleitorais proíbem falas públicas dois dias antes da votação. O carro de som com a música “chiclete”, portanto, foi a estratégia usada pelo PT para se comunicar com o eleitor de forma simples, explicou o coordenador da campanha do governador Rui Costa, Jeronimo Rodrigues.
O momento mais representativo para o petista foi quando operários que pintavam a fachada da prefeitura de Feira de Santana, controlada pelo MDB do prefeito Colbert Martins Filho após a renúncia de José Ronaldo (DEM) para concorrer ao governo do Estado, acenaram na sua direção, em sinal de apoio. Ele devolveu os acenos e provocou gritaria no público: “Brasil urgente, Haddad presidente”.
Se na hora de subir na caminhonete, em meio a empurra-empurra, Haddad estava assustado, no contato com o eleitor, ele ensaiou dancinhas e tirou selfies. Em certo momento, se enrolou com um celular de uma eleitora e, resignado com a dificuldade tecnológica, devolveu sem tirar foto o aparelho a ela, que caminhava no asfalto. Na segunda tentativa, insistente, a mulher saiu com o registro, contudo.
O governador Rui Costa e seu padrinho político, Jaques Wagner, que foi a primeira opção do PT para substituir Lula após o indeferimento da candidatura do ex-presidente pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), são dois dos fiadores da transferência de votos do lulismo para Haddad no Nordeste. Com aprovação acima do 80% do governo atual, eles usaram o seus programas de rádio e TV durante a campanha para pedir voto para o presidenciável do seu partido, a fim de torná-lo mais conhecido.
*Com Estadão Conteúdo
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