2º dia de desfile em SP tem confusão e atraso; Dragões, Rosas e Império brilham

  • Por Jovem Pan com Estadão Conteúdo
  • 26/02/2017 11h07
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Simone Sampaio Estadão Conteúdo Dragões da Real conta saga do povo nordestino

Rosas de Ouro e Império da Casa Verde encantaram na madruga deste domingo (26) aqueles que acompanharam o 2º dia em que escolas de samba de São Paulo fizeram um show no Anhembi. A Império trouxe o tema “paz” e seus integrantes não paravam de pular e cantar o tempo todo, sob belos carros alegóricos. Já a Rosas de Ouro fechou o carnaval da cidade com um farto desfile sob o tema “Conviviu – Sente-se à mesa e saboreie”, exaltando a importância do alimento na comunhão das pessoas. A Dragões da Real também levantou o público com uma homenagem a Luiz Gonzaga e sua música “Asa Branca”.

No primeiro dia, madrugada de sábado (25), sete escolas já haviam desfilado seus samba-enredos pelo Anhembi. Tom MaiorMocidade AlegreUnidos de Vila MariaAcadêmicos do TatuapéGaviões da FielAcadêmicos do Tucuruvi e Águia de Ouro encantaram o público presente no Anhembi, mas uma escola em especial conquistou os presentes. Pelo tema tipicamente brasileiro (homenagem à Ns. Senhora de Aparecida), emoção e colorido do desfile, a Vila Maria foi coroada a favorita do 1º dia de desfiles pelo público do Sambódromo.

Confira abaixo o relato e vídeos exclusivos Jovem Pan dos melhores momentos do segundo dia dos desfiles do grupo especial do carnaval paulistano:

Nenê

O segundo dia de desfile foi marcado por confusão e atraso envolvendo a Vai-Vai e a Nenê de Vila Matilde. A Nenê de Vila Matilde atrasou a entrada no Anhembi em uma hora, porque considerou que não havia segurança na pista. O presidente Rinaldo José de Andrade, o Mantega, afirmou que um líquido que caiu do último carro alegórico da Vai-Vai deixou a pista escorregadia. Ele comunicou ao presidente da Liga das Escolas de Samba, Paulo Sergio Ferreira, o Serginho, que só colocaria a escola na avenida se ela estivesse lavada e seca.

Veja o relato Jovem Pan completo do desfile da Nenê da Vila Matilde AQUI

“O regulamento me garante disputar em condições de igualdade. E não vou colocar a escola e os integrantes em risco”, disse Mantega. Do outro lado, Serginho dizia que não havia nada de errado na pista. “Não há motivo pra isso. Mas ele tem o direito de fazer isso”. A equipe de limpeza lavou e secou a pista. Enquanto o trabalho não era concluído, o público vaiou e reclamou da demora.

Considerada a capital da Operação Lava Jato, Curitiba foi a grande homenageada da Nenê de Vila Matilde. Uma das escolas mais antigas do carnaval de São Paulo, cantou “Coré Etuba – A ópera de todos os povos, terra de todas as gentes, Curitiba de todos os sonhos”, mostrando que a cidade faz jus à fama de campeã de nacionalidades no País.

Confusão

A escola de samba Vai-Vai pode perder pontos em função de uma confusão nos minutos finais do desfile. Após fechar o portão, três integrantes de apoio ao grupo, que haviam distribuído bandeirinhas para o público, ficaram ainda na pista. Mas o relógio já havia sido zerado pelos cronometristas da Liga na torre, que oficializaram o fim do desfile sem perceber os membros da escola ainda dentro da avenida.

Veja o relato Jovem Pan sobre o desfile da Vai-Vai AQUI

Fiscais da Liga começaram a gritar para a torre, avisando que os três membros da equipe da Vai-Vai haviam ficado na pista. O trio percebeu a movimentação e, temendo uma punição, retirou as camisas da escola. Segundo os fiscais da Liga, agora somente as câmeras poderão mostrar se é caso de perda de pontos por atraso. Para cada minuto de atraso, as escolas perdem um ponto.

O presidente da Vai-Vai, Darly Silva, conhecido por Neguitão, disse que vai recorrer caso haja punição e negou ter infringido as normas. “O que conta no regulamento são os componentes do desfile. O julgamento só deve ser feito a quem está fantasiado. Mesmo que esteja com camiseta da escola, não conta”, afirmou.

A bateria da Vai-Vai correu bastante nos cinco minutos finais. Houve princípio de confusão nos últimos metros do desfecho, quando os organizadores da escola pediam que os participantes corressem.

A escola homenageou a Mãe Menininha do Gantois, considerada uma das principais representantes do candomblé no Brasil. Filha de Menininha do Gantois, Mãe Carmen desfilou na comissão sentada em uma cadeira banhada de ouro. Para exaltar a religião, itens como búzios e máscaras africanas tiveram destaque nos carros alegóricos e nas fantasias.

Dragões da Real

“Quando olhei a terra ardendo, qual fogueira de São João”. Caçula do grupo especial, a Dragões da Real entrou no Anhembi prestando uma homenagem ao Rei do Baião, Luiz Gonzaga, e ao seu principal sucesso, Asa Branca. O público aprovou. Usando a felicidade dos nordestinos, a escola adotou o lema “lugar de gente feliz e arretada” para puxar o enredo “Dragões canta Asa Branca”.

Veja o relato Jovem Pan sobre o desfile da Dragões da Real AQUI

Os foliões da arquibancada cantaram junto com a escola o refrão “vem forrozear que o sanfoneiro vai tocar. Meu samba em forma oração. Eu sou dragões, é Asa Branca embalando gerações”. A escola saiu aplaudida do Anhembi.

Império de Casa Verde

Atual campeã do carnaval de São Paulo, a Império da Casa Verde entrou na avenida à 1h da manhã. Com o tema “Paz”, chamou a atenção o luxo dos carros alegóricos, destacado pelas cores azul, verde e branca. Os primeiros minutos da escola na passarela do samba foram de admiração e êxtase por parte do público.

Veja o relato Jovem Pan completo do desfile da Império de Casa Verde

Das arquibancadas, as pessoas estavam deslumbradas, fotografando e filmando a todo momento, porém também distraídas. O público não acompanhou a animação dos integrantes do desfile e a batida firme da bateria. Já na passarela, os participantes da Império roubaram a cena: não paravam de pular e sambar. E o cantor da bateria pedia a todo momento: “Tira o pé do chão!”.

Com um anjo no topo, o primeiro carro alegórico apresentou uma estrutura de átomos, com bailarinos fantasiados em vários tons de azul na comissão de frente. No segundo carro, um tigre branco gigante, com asas. Já no terceiro, a escola fez uma exaltação à natureza: Medusa à frente, seres místicos e galhos de árvore enroscados.

Peruche

A Unidos do Peruche decidiu homenagear Salvador com o enredo “A Peruche no maior axé, exalta Salvador, cidade da Bahia, caldeirão das raças, cultura, fé e alegria”. Carros alegóricos que apostaram no luxo com integrantes em coreografias bem ensaiadas e um enredo fácil de cantar fizeram o público se empolgar.

Veja AQUI o relato Jovem Pan completo do desfile da Unidos da Periche

No ano passado, a escola quase foi rebaixada para o grupo de acesso por causa da modelo Ju Isen, que ficou nua durante o desfile e foi retirada da avenida.

Mancha Verde

Primeira escola a desfilar neste segundo dia de carnaval em São Paulo, a Mancha saiu com cerca de 10 minutos de atraso. O horário previsto para o início era 22h30. Em uma homenagem aos Zés do Brasil, a Mancha Verde exaltou em fantasias e carros alegóricos o ator José Wilker, o diretor de teatro Zé Celso, o humorista Zé Bonitinho, o personagem Zé Carioca e ainda os botecos batizados de “Seu Zé” pelo País. Chacrinha também foi homenageado.

Veja o relato Jovem Pan do desfile da Mancha Verde AQUI.

Teve destaque uma ala que, em exaltação ao ator José Wilker, exibiu a placa com o famoso bordão “felomenal”, em referência ao personagem Giovanni Improtta, interpretado por Wilker na novela Senhora do Destino. O ator morreu em 2014.

Rosas

Depois de terminar na 11ª posição em 2016 e quase ser rebaixada, a Rosas de Ouro entrou no Sambódromo do Anhembi disposta a dar a volta por cima. A agremiação da Freguesia do Ó, Zona Norte de São Paulo, foi à última escola a se apresentar, já sob o sol da alvorada deste domingo, com o enredo “Convivium. Sente-se à mesa e saboreie”.

Veja o relato completo do desfile da Rosas de Ouro AQUI

A Rosas de Ouro fez uma viagem pelos maiores banquetes da história, mostrando o poder que a refeição festiva tem de aproximar as pessoas. Com uma mensagem de comunhão, a escola ressaltou também que mais importante do que a comida na mesa são as pessoas ao seu redor.

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