Antonio Banderas: “O homem atual não tem consciência de melhorar o mundo”

  • Por Agencia EFE
  • 20/01/2015 13h28

Alicia G. Arribas.

Madri, 20 jan (EFE).- Antonio Banderas entrou para o mundo da ficção científica do cinema com uma história profunda sobre a decomposição do ser humano, algo não tão impensável assim para o ator, que dúvida que o homem moderno tenha a capacidade de parar para pensar, instigado pelo ritmo frenético das novas tecnologias.

“O homem atual não tem consciência de melhorar o mundo para os que venham depois dele e isso pode, eventualmente, levar à destruição do planeta e de nossa forma de viver”, refletiu o ator e produtor de “Autómata” (ainda sem título no Brasil), filme dirigido por Gabe Ibáñez, em entrevista à Agência Efe em Madri.

Mesmo assim, Banderas afirmou estar otimista porque está convencido de que precisa existir forma der se conscientizar.

“Precisa existir uma maneira das pessoas encontrem um modo de se organizar e melhorar a forma de gestão para ser mais justa e com mais sentido. Acontece que, vendo as notícias, me contradigo totalmente, porque o que vivemos é o oposto, e as novas tecnologias o único que fizeram foi acelerar esses momentos, inclusive os maus, que vão a uma velocidade vertiginosa e fogem ao nosso controle: já não sabemos se poderemos controlar o monstrinho que criamos”, disse.

A conversa é nesse tom porque “Autómata” se enquadra na classificação de ficção científica mais tradicional.

“Diria que é ao estilo da ficção literária de Orson Welles ou Isaac Asimov. É uma provocação para a reflexão sobre o futuro. É um espelho que reflete as sociedades modernas”, explicou.

O filme se desenvolve em um futuro no qual o que restou da humanidade vive intramuros em um mundo sem oceanos e se apoia em robôs domésticos para sobreviver. Banderas é Jacq Vaucan, um obscuro e triste agente de seguros que acaba por trair o gênero humano.

Uma co-produção com a Bulgária, onde foi rodado e que custou US$ 5,7 milhões, conseguidos através de contatos pessoais do ator: desde a produtora Millenium, passando pela voz de Javier Bardem para o primeiro robô que se dá conta que já não tem nada mais a aprender com os humanos, à sua ex-mulher, Melanie Griffith.

aga/cdr

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