“Ele encontrou meu produtor e quis me conhecer”, diz Projota sobre projeto com Chorão

  • Por Jovem Pan
  • 28/01/2014 14h31
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Rapper falou sobre seu encontro com o eterno vocalista do Charlie Brown Jr

Tati Sisti / Jovem Pan Projota no Pânico na Rádio

O rapper Projota foi o convidado do Pânico, da Jovem Pan, nesta terça-feira (28) e revelou que ele e Chorão, vocalista do Charlie Brown Jr., pretendiam fazer algumas músicas juntos. Mas, o cantor morreu uma semana após a conversa, vítima de overdose, em seu apartamento localizado em Pinheiros, em São Paulo.

“Sou muito fã dele mesmo. Foi no Ibirapuera. Ele encontrou meu produtor e quis me conhecer. Ficamos de marcar um dia para gravarmos junto no estúdio. Pelo menos tive a oportunidade de conhecer meu ídolo. Era um cara sensacional, um ser fantástico”, contou o paulistano.

Segundo o músico, Chorão disse ter adorado a música “Chuva de Novembro” e que ela o ajudou a superar um momento muito difícil em sua vida. “Ele disse que a canção deveria ser dele, não minha”, relembrou com carinho.

Questionado sobre o rap ter deixado de ser música apenas para quem mora nas comunidades mais carentes, Projota disse fazer tempo que o estilo já entrou na vida até das pessoas com mais poder financeiro. “O rap não é apenas para a periferia, é para todos”, disse.

“Com os Racionais, muito playboy começou a escutar ‘Negro Drama’ no carro. Eu acho que o importante é que na cabeça dos rappers ainda é importante fazer música para a periferia e também sobre outros assuntos”, afirmou. “Posso falar sobre amor, ódio ou sobre um sentimento que está apenas dentro de mim. Não é só um conselho para a periferia, é para todas as pessoas”, completou.

Tocar em comunidades carentes ou em algumas das casas de shows mais caras da cidade não faz diferença para quem tem uma mensagem a passara para o mundo. O rapper não se vê pressionado em cantar para fãs com mais dinheiro.

“Eu sou muito tranquilo com o fã, não importa de onde veio. Eu vou de peito aberto e canto da mesma forma pra quem tem dinheiro e quem não tem”, explicou. “Não sou eu que vou mudar o mundo, mas a minha mensagem pode ser influenciar o cara que vai mudar”, finalizou o assunto.

Em um dos shows que abriu para a volta do Planet Hemp, o rapper foi vaiado por conta do atraso de três horas para subir ao palco. Situação em que muitos ficariam chateados, Projota afirma que não levou para o pessoal e deu razão para a reclamação de alguns fãs.

“Na real, eu sou bem compreensivo. Os portões abriram 19h30 e eu deveria cantar 22h30. Entrei 1h da manhã no palco e eu tava esperando me anunciarem. Faz parte, é um evento com 15 mil em que 150 estavam xingando”, explicou. “Faço isso há 13 anos e foi a única vez na minha carreira que isso aconteceu”, apontou.

Sobre novas parcerias, ele foi bem aberto a procurar cantoras fora do rap. Artistas como Marisa Monte e Maria Gadú são duas pessoas com quem Projota revelou ter uma grande vontade de compor em conjunto.

Mesmo com uma possível rejeição por parte de alguns fãs, o músico não tem medo de lidar com isso. “Sempre vai ter alguém que vai reclamar, o importante é seguir nossos instintos”, afirmou.

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