Feira do Livro em Assunção repassa história da Guerra do Paraguai

  • Por Agencia EFE
  • 23/04/2015 15h52

Assunção, 23 abr (EFE).- A Feira Internacional do Livro do Paraguai reúne a partir desta quinta-feira cerca de um milhão de exemplares de livros de diferentes temas, sob o lema “150 anos da Guerra do Paraguai”, em lembrança da disputa entre o país contra Argentina, Brasil e Uruguai entre 1864 e 1870.

A edição deste ano, organizada pela câmara do Livro Assunção-Paraguai (CLAP), pretende “cicatrizar feridas” e repassar a história de uma guerra que dizimou a população paraguaia, disse à Agência Efe Vidalia Sánchez, secretária-geral da CLAP.

Para isso, a Feira contará com a presença de historiadores reconhecidos nos três países que formaram um bloco contra o Paraguai, com o argentino Felipe Pigna, a uruguai Ana Ribeiro e o brasileiro Mario Maestri.

A Biblioteca Nacional participa pela primeira vez da feira, onde apresentará a reedição de “Sobre los escombros de la Guerra. Una década de vida nacional (1869-1880)”, obra de Héctor F. Decoud que estava esgotada e aborda as penúrias da sociedade paraguaia no pós-guerra.

Além disso, a Biblioteca fornece à Feira fotografias de sua propriedade sobre essa guerra que se somarão à mostra de fotografias cedidas pela embaixada do Uruguai em Assunção, que documentam diferentes momentos da Guerra do Paraguai, o terceiro conflito bélico fotografado da história.

Sánchez comentou que, apesar da grande quantidade de livros editados no Paraguai sobre esta disputa, o tema sempre está dentro do interesse entre o público leitor.

A secretária-geral disse, além disso, que, embora o setor editorial paraguaio seja reduzido e se restringa a apenas dez ou 15 editoras ativas, a reivindicação de bons materiais a preços acessíveis é cada vez maior, por isso que “o livro paraguaio goza de muito boa saúde”.

Títulos como “Yo, el Supremo”, do famoso escritor paraguaio Augusto Roa Bastos, e os dicionários de língua guarani são alguns dos que têm maior expectativa de venda, junto com os romances e os ensaios históricos, segundo Sánchez.

Com quase cem “stands”, a Feira abrigará 46 expositores e acolherá 126 atividades distintas, como exposições artísticas, conversas e conferências.

Também estão previstas atividades em comemoração dos 90 anos da Guarânia, um dos gêneros musicais mais representativos do Paraguai, criado pelo compositor José Asunción Flores, que receberá uma homenagem com uma mostra fotográfica.

Pelo evento passarão também outros autores internacionais, como o espanhol Rafael Soler, a italiana Gabriella Dionisi e o peruano Carlos Augusto Ramos.

A Feira Internacional do Livro acontece até o dia 3 de maio no Centro de Convenções do centro comercial Marechal Shopping. EFE

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