Botafogo lamenta morte, vê “clima de medo” e acusa Fla de apologia à violência

  • Por Estadão Conteúdo
  • 13/02/2017 10h58

Botafogo chegou a pedir o adiamento da partida alegando falta de policiamento no Estádio Nilton Santos

Dhavid Normando / Futura Press / Estadão Conteúdo Botafogo chegou a pedir o adiamento da partida alegando falta de policiamento no Estádio Nilton Santos

Além de ser derrotado por 2 a 1 pelo Flamengo no clássico da noite do último domingo, quando deu adeus às chances de classificação às semifinais da Taça Guanabara, o Botafogo ainda terminou o dia lamentando a morte do seu torcedor Diego Silva dos Santos, de 28 anos, vítima de um tiro durante conflito nas proximidades do Engenhão antes da partida válida pelo Campeonato Carioca.

No final da noite de domingo, o clube divulgou uma nota oficial para repudiar a violência entre torcedores e lamentar a morte do jovem seguidor do time. “O Botafogo de Futebol e Regatas lamenta profundamente a morte do torcedor Diego Silva dos Santos, de 28 anos, baleado no entorno do Estádio Nilton Santos, antes do clássico com o Flamengo, neste domingo. O clube presta solidariedade a familiares e amigos da vítima”, ressaltou, no início da nota publicada em seu site.

Em seguida, o Botafogo reclamou da falta de segurança no entorno do Engenhão, onde alguns policiais militares chegaram a admitir à reportagem do Estadão no último domingo que o contingente deslocado para a partida foi menor do que o normal por causa das manifestações de familiares de PMs na porta dos batalhões. A assessoria da Polícia Militar, no entanto, informou que o policiamento estava “reforçado” e que o efetivo era suficiente para garantir a segurança das torcidas.

“Toda a violência que cercou o clássico, deixando feridos e prejuízo, é repudiada pelo Botafogo. Para o clube, futebol começa com paz nos estádios e segurança para os torcedores. O clima de insegurança e medo não pode jamais combinar com o esporte”, finalizou o Botafogo, por meio da curta nota oficial que publicou neste domingo.

APOLOGIA À VIOLÊNCIA – Os conflitos entre torcedores antes do clássico, que contaram até com troca de tiros, também deixaram outros feridos além de provocarem a morte do botafoguense Diego Silva dos Santos. E, antes mesmo de lamentar a morte do seu torcedor, o Botafogo acusou o Flamengo de fazer apologia à violência ao comentar uma postagem feita pelo clube adversário nas redes sociais pouco depois do término da partida entre os dois times.

“É sério que estão fazendo apologia à violência em um dia de confusão e morte? Para nós, o futebol não é isso. Começa por paz nos estádios”, escreveu o Botafogo em sua página no Twitter, na qual republicou uma postagem feita pelo próprio Flamengo na mesma rede social para justificar a acusação de que o rival estaria fazendo apologia à violência.

“#CadeVocê? Não adianta fugir, não adianta correr. Deu Mengão no Engenhão só com a Nação: 2 x 1” foi a postagem do Flamengo no Twitter que gerou revolta do Botafogo. Pouco depois, porém, o próprio clube rubro-negro se manifestou por meio desta rede social para lamentar o trágico episódio e os conflitos entre os torcedores antes do clássico. “Lamentamos a morte do torcedor e os ocorridos no Engenhão. Paz sempre. O futebol é alegria”, escreveu.

OUTRA MORTE – O Botafogo, por sinal, lamentou pelo segundo dia seguido a morte de uma pessoa que tem ligação com o time. No último sábado, o clube divulgou nota em sinal de luto pelo assassinato de Henrique Damião Filho, de 68 anos, pai de Alex Damião, atleta de vôlei da equipe botafoguense que disputa a Superliga B. Henrique foi assassinado na noite de sexta-feira, na zona norte do Rio, e a sua morte motivou o Botafogo a decretar luto oficial, colocando a sua bandeira na sua sede de General Severiano a meio mastro. 

Por causa da morte do pai do atleta, o jogo que o Botafogo fez no sábado contra o SESC, pela Superliga B, e o clássico de futebol do último domingo contra o Flamengo foram iniciados após execução de um minuto de silêncio.

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