Com trabalho árduo de reconstrução, nova Chapecoense nascerá na segunda-feira

  • Por Jovem Pan com Estadão Conteúdo
  • 04/12/2016 09h06
Arena Condá foi palco do velório coletivo dos jogadores da Chapecoense EFE Arena Condá recebe velório de vítimas do acidente; veja homenagens

A partir desta segunda-feira, uma nova página começa a ser escrita na história da Chapecoense. A ordem no clube é enxugar as lágrimas e iniciar o árduo trabalho de reerguer o time catarinense para, quem sabe, recolocá-lo no patamar onde estava até a tragédia da última terça-feira ou acima disso. Mas será necessário muita ajuda e trabalho. 

Clubes de todo o mundo prometeram auxiliar a equipe de Chapecó a se reerguer. Financeiramente, o clube vivia situação invejável para a maioria dos times de futebol brasileiro e nos últimos anos vinha fechando as contas no azul, sem que os dirigentes colocassem qualquer centavo do próprio bolso. No velório deste sábado, personalidades como o presidente da Fifa, Gianni Infantino, os ex-jogadores Puyol e Seedorf estiveram presente para homenagear as vítimas do acidente. 

No total, a Chapecoense teve neste ano uma renda de R$ 45 milhões, sendo R$ 25 milhões oriundos da cota de TV, R$ 9 milhões dos patrocínios da Caixa e Aurora e mais R$ 9 milhões de outras fontes (venda de produtos, sócio-torcedor, ingressos, etc). Entretanto, em nenhum ano foi preciso montar um novo time como agora.

Por isso, a diretoria está propensa a aceitar que jogadores cheguem por empréstimo. Clubes da Série A se comprometeram a ceder gratuitamente atletas para o clube catarinense na próxima temporada. Até times do exterior também querem ajudar. O Libertad-PAR, o Racing-ARG e o Benfica-POR prometeram dar alguns reforços. 

A diretoria vai promover diversos garotos das categorias de base e analisará a situação de todos os atletas do atual elenco. Eles têm contrato até o fim do ano, mas avisaram que querem ficar para ajudar na reconstrução. No total, são 11 jogadores, entre eles o goleiro Marcelo Boeck e o meia Martinuccio. 

QUEM COMANDA

Além de clubes, empresários também estão dispostos a ajudar. O agente Jorge Machado, que cuidava da carreira de Matheus Biteco, Dener Assunção e Tiaguinho, todos mortos na tragédia, avisou a diretoria que pretende ajudar levando atletas para o clube. 

Existe ainda um grupo de empresários dispostos a investir cerca de R$ 30 milhões em contratações. A Chapecoense diz não saber de tal disposição, mas afirma que a ajuda seria bem-vinda. 

Existem dois pontos que mais preocupam a diretoria no momento. O primeiro é definir quem será o técnico, já que a quase toda a comissão técnica – inclusive o técnico Caio Júnior – faleceu. Existe a possibilidade de recorrerem a algum treinador que já tenha dirigido o time, para facilitar na questão da adaptação e ter maior apoio das arquibancadas.

Outra situação que faz todos na Chapecoense ficarem atentos é com possíveis aproveitadores. Os dirigentes sabem que o clube catarinense pode ser usado por clubes, empresários e atletas para se promover. Por isso, já avisaram que não pretendem contar com nenhum grande nome do futebol para ajudar na reconstrução. Exceto, se sentirem que pode ser útil.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.