Dirigentes da Fifa são detidos na Suíça por corrupção
Vários dirigentes da Fifa foram detidos na madrugada desta quarta-feira na Suíça a pedido da Justiça dos Estados Unidos, que solicitou sua extradição para julgá-los por suspeitas de corrupção, informou o “The New York Times”.
A operação foi realizada durante a madrugada pela polícia suíça no luxuoso hotel Baur au Lac, nos Alpes, onde os dirigentes se reúnem para seu encontro anual. Os agentes recolheram as chaves na recepção e se dirigiram para os quartos para proceder com as detenções.
O jornal explicou como um membro do alto escalão da Fifa, cuja identidade não foi revelada, foi “conduzido pelas autoridades de seu quarto até uma saída traseira para deixar o hotel e foi permitido que ele levasse consigo sua bagagem”.
As acusações que a Justiça dos EUA apresenta contra os dirigentes do futebol mundial giram em torno da “corrupção generalizada durante as duas últimas décadas”, em relação à escolha das sedes para a Copa do Mundo e aos acordos de marketing e de direitos de televisão.
Segundo o jornal americano, que cita fontes próprias ligadas às investigações, as acusações incluem fraude, associação criminosa e lavagem de dinheiro, e estão dirigidas contra “membros do poderoso comitê executivo da Fifa, que acumula um enorme poder e realiza seus negócios, em grande medida, de forma sigilosa”.
A operação do Departamento de Justiça dos EUA envolve mais de dez dirigentes do futebol mundial, mas nem todos eles se encontram em Zurique para o encontro da entidade.
Entre eles, sempre segundo o “The New York Times”, estão: Jeffrey Webb, das Ilhas Cayman, um vice-presidente do comitê executivo; Eugenio Figueredo, do Uruguai, também vice-presidente e presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) até 2014; e Jack Warner, de Trinidad e Tobago, ex-membro do comitê e presidente da Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe (Concacaf) entre 1990 e 2011.
A operação, portanto, teria sérias consequências para o futebol no continente americano já que, segundo a informação publicada, dois dos detidos são um ex-presidente da Conmebol e outro da Concacaf.
A Justiça americana não apresentou acusações contra o presidente da Fifa, o suíço Joseph Blatter, mas as detenções podem representar um empecilho para sua reeleição no pleito que acontecerá na sexta-feira e no qual concorre a um quinto mandato à frente da entidade.
“Estamos surpresos pelo tempo que isso durou e como alcançou quase tudo o que foi feito pela Fifa”, disse um agente da lei ao “New York Times” sobre as suspeitas de corrupção.
“Parece que chegava a cada elemento da federação e que essa era sua maneira de fazer negócios. É como se fosse uma corrupção institucionalizada”, frisou a fonte.
Espera-se que a procuradora-geral dos EUA, Loretta Lynch, e o diretor do FBI, James Comey, ofereçam uma entrevista coletiva hoje em Nova York para explicar os detalhes das acusações.
Justiça suíça confirma detenção de 6 dirigentes da Fifa por corrupção
O Ministério da Justiça e Polícia da Suíça confirmou na madrugada desta quarta-feira a detenção, por acusações de corrupção, de seis dirigentes do primeiro escalão da Fifa em Zurique, que estavam hospedados no hotel onde acontecerá o congresso anual da entidade máxima do futebol.
As autoridades suíças relataram que os detidos devem ser extraditados para os Estados Unidos, onde a procuradoria de Nova York os investiga pelo recebimento de propinas desde o começo da década de 1990 até os dias de hoje.
“As autoridades dos Estados Unidos suspeitam que (os dirigentes) receberam propina no valor de milhões de dólares”, assinalou o Ministério em comunicado.
Os detidos participavam de uma série de atividades na sede mundial da Fifa, que são uma prévia do congresso da entidade, que deverá escolher nesta sexta-feira seu presidente para os próximos quatro anos.
A reeleição do atual presidente, o suíço Joseph Blatter, para um quinto mandato, era dada como praticamente certa, mas os acontecimentos de hoje mudam drasticamente essa situação.
Os agentes responsáveis pela operação pertencem ao corpo da Polícia Cantonal de Zurique e chegaram ao luxuoso hotel durante a madrugada, vestidos com trajes civis. Após apresentaram as ordens judiciais pertinentes, receberam as chaves dos quartos respectivos.
A detenção ocorreu sem maiores problemas e os seis membros da Fifa serão interrogados hoje mesmo pela polícia.
Os dirigentes são acusados de envolvimento em um esquema de corrupção através do qual “delegados da Fifa e outros de organizações dependentes receberam propinas e comissões – de representantes de meios de comunicação e de empresas de marketing esportivo – que somam mais de US$ 100 milhões”, segundo o Ministério suíço.
Em troca, os agentes corruptores “recebiam direitos midiáticos, de publicidade e patrocínio em torneios de futebol na América Latina”.
Segundo o pedido de detenção dos Estados Unidos, esses crimes foram preparados e estipulados nesse país, enquanto os pagamentos foram realizados através de bancos americanos.
O acordo e os preparativos para a realização desta operação foram feitos nos Estados Unidos.
O Ministério de Justiça e Polícia da Suíça indicou que o procedimento será simplificado para aqueles que estiverem de acordo com sua extradição. Nesse caso, as autoridades suíças a aprovarão imediatamente.
Se os envolvidos se opuserem, então será solicitado aos Estados Unidos que apresentem um pedido formal de extradição no prazo de 40 dias, como determina o tratado bilateral entre os dois países.
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