Funeral de Muhammad Ali será em Louisville, sua cidade natal
2003 - Ali quando ganhou o "Troféu Bambi" em Hamburgo
Relembre a carreira de Mohammed Ali em imagensO funeral da lenda do boxe Muhammad Ali será realizado em sua cidade natal de Louisville, no estado de Kentucky, onde neste sábado os moradores lembram o mito entre flores, poemas, luto e bandeiras a meio mastro.
A informação sobre o funeral foi confirmada pelo porta-voz da família de Ali, Bob Gunnel, ao informar da morte do mito, falecido ontem à noite aos 74 anos de idade por problemas respiratórios em um hospital de Phoenix (Arizona).
A família agradeceu as grandes demonstrações de apoio, mas pediu privacidade e não comunicou a data do enterro de Ali, três vezes campeão do mundo dos pesos pesados e campeão olímpico em 1960.
Depois da morte do desportista na sexta-feira, o prefeito de Louisville, Greg Fischer, participou nesta manhã de uma cerimônia em sua homenagem e ordenou que as bandeiras americanas ficassem a meio mastro em todos os edifícios governamentais da cidade até que Ali seja enterrado.
“Os valores de trabalho duro, convicção e compaixão que Muhammad Ali desenvolveu enquanto crescia em Louisville ajudaram-no a se transformar em um ícone mundial. Como um boxeador, se transformou no maior, mas suas vitórias mais duradouras ocorreram fora do ringue”, destacou Fischer.
Desta forma, o prefeito de Louisville fez referência à importância da figura de Ali, que rejeitou o serviço militar e lutou pela igualdade de todas as pessoas sem importar sua religião, condição social e cor de pele durante os convulsos anos 1960, em plena luta pelos direitos civis dos afro-americanos.
Enquanto as bandeiras ondeavam a meio mastro, os moradores de Louisville se aproximaram com flores, poemas, balões e bichos de pelúcia do museu e centro cultural de Muhammad Ali, aberto em 2005 para prestar homenagem à lenda do esporte mundial por seu compromisso político e social.
Segundo seus biógrafos, a chegada ao boxe de Ali aconteceu com 12 anos, pouco depois que lhe roubaram a bicicleta e quando um policial de Louisville e treinador amador, Joe Martin, o convidou para um ginásio onde aprendeu a utilizar as luvas de boxe.
Enquanto Louisville continua com suas homenagens ao herói local, no resto dos Estados Unidos se multiplicaram as reações à morte de Ali, retirado do boxe desde 1981 e que travou uma dura batalha contra a doença de Parkinson em seus últimos anos.
“Muhammad Ali morreu aos 74 anos. Um grande campeão e um menino maravilhoso. Sentiremos saudades!”, escreveu em sua conta no Twitter Donald Trump, virtual candidato presidencial republicano que, entre suas polêmicas propostas, quer proibir a entrada de muçulmanos nos Estados Unidos.
Ali se tornou muçulmano e foi membro da organização religiosa Nação do Islã, da qual também fez parte Malcolm X, símbolo do movimento mais radical pelos direitos civis dos anos 60.
O ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, e sua esposa Hillary Clinton, pré-candidata presidencial democrata, também prestaram homenagem à lenda do boxe, que viveu “uma maturidade cheia de convicções políticas e religiosas que lhe levaram a tomar decisões difíceis e viver com as consequências”.
Outro ex-presidente, George W. Bush (2001-2009), descreveu Ali como um “lutador feroz” e “um homem de paz” e lembrou em comunicado como lhe entregou em 2005 a Medalha da Liberdade, a máxima honra civil dos Estados Unidos.
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