Árbitro de vídeo muda 3 jogos e gera reclamações de Fortaleza, São Paulo e Fluminense

  • Por Jovem Pan
  • 06/05/2019 12h59
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ALE FRATA/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO VAR
A terceira rodada do Campeonato Brasileiro estremeceu a “lua de mel” entre os times e o árbitro de vídeo (VAR), principal novidade aplicada pela CBF para a edição deste ano do torneio. Depois de 30 partidas realizadas na competição, o recurso recebeu no último final de semana as críticas mais pesadas, com direito a promessa de reclamação formal à CBF.

Se o VAR foi criado para acabar com as dúvidas e polêmicas no futebol, o Brasileirão tem mostrado até agora que as discussões não devem terminar. Apesar de a Copa do Brasil do ano passado ter utilizado o recurso, assim também como as partidas finais de alguns Estaduais, a principal competição do País ainda parece longe de confirmar à tecnologia o papel de encerrar queixas.

As reclamações mais intensas vieram do Fortaleza. O atual campeão da Série B perdeu por 1 a 0 para o Botafogo, no estádio do Engenhão, no Rio de Janeiro, e se queixou que a arbitragem não deu um pênalti depois de empurrão de Gilson no atacante Wellington Paulista. O árbitro mato-grossense Wagner Reway chegou a analisar o lance. “O árbitro foi e olhou o VAR. Não sei para que existe, se existe para olhar. Todo mundo olha e vê. Ele interpretou de forma errada, na minha opinião”, criticou o técnico Rogério Ceni.

“O árbitro veio ver o VAR, olhou o VAR e também não deu pênalti. É pênalti, tem de dar. Se tem o VAR, é para quê? Não é para auxiliar eles? Estão colocando para auxiliar, mas eles não querem”, afirmou o atacante Wellington Paulista. A diretoria do Fortaleza também ficou irritada. O presidente do clube, Marcelo Paz, prometeu protocolar nesta segunda-feira na CBF uma queixa à arbitragem.

O empate por 1 a 1 entre São Paulo e Flamengo, no estádio do Morumbi, na capital paulista, gerou reclamação pelo motivo oposto: falta de revisão de imagens por parte do árbitro. Do lado paulista, a grande crítica foi pela cotovelada do zagueiro Thuler no atacante Alexandre Pato, que sofreu lesão na região cervical, teve de deixar o gramado mais cedo e é dúvida para a próxima partida do time.

“É lance de expulsão, não tem nem o que dizer. É um lance que o atleta chega um pouquinho atrasado, e por isso ele adianta o cotovelo para que o contato não fosse mais forte”, afirmou o coordenador técnico do clube, Vágner Mancini. O Flamengo, por sua vez, criticou um possível pênalti. O clube entendeu que o zagueiro Bruno Alves tocou com a mão na bola após disputar lance pelo alto com Rafael Santos. O lance foi nos minutos finais do jogo, mas nada foi marcado.

Mesmo após uma vitória marcante, o técnico do Fluminense, Fernando Diniz, aproveitou a ocasião para reclamar da atuação do VAR em partidas anteriores. Após os 5 a 4 sobre o Grêmio, em Porto Alegre, o treinador disse que a tecnologia falhou em outras ocasiões, como na primeira rodada, quando o time carioca perdeu para o Goiás. “Bom frisar que poderíamos estar com seis pontos agora. O VAR, contra o Goiás, nos tirou a vitória. Hoje (domingo), se não tivesse um árbitro firme, poderíamos ter sido prejudicados também”, disse.

Nesta rodada, o VAR alterou a decisão de campo em três dos 10 jogos. No sábado, o Vasco teve um pênalti assinalado contra o Corinthians graças à tecnologia – Máxi López converteu. No mesmo dia, Ceará e Atlético-MG tiveram um gol anulado depois da revisão do lance no vídeo. No domingo, em Salvador, o vídeo corrigiu a marcação de um pênalti marcado equivocadamente para o Bahia contra o Avaí.

Com Estadão Conteúdo
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