Campanha da Argentina se assemelha a do Brasil em 2002; confira coincidências
Foi na base do sofrimento, mas a Argentina conseguiu se classificar para a Copa do Mundo, graças aos três gols marcados por Messi na vitória por 3 a 1 sobre o Equador na última rodada das Eliminatórias.
Se depender da história das Copas, o sufoco passado pelos argentinos pode até mesmo se converter em festa no ano que vem. Isso porque muito do que a Argentina passou durante essa campanha nas Eliminatórias já aconteceu com campeões mundiais de outros tempos, como troca de treinadores e craques operando milagres.
Com o Brasil de Felipão, campeão da Copa de 2002, as semelhanças são muitas. Assim como a Argentina, a Seleção Brasileira também foi vice-campeã na Copa anterior, a de 1998, passou vexame na Copa América, trocou de técnico diversas vezes durante a caminhada e também teve sua classificação definida na última rodada.
Entre 1998 e 2002, o Brasil teve quatro treinadores – Luxemburgo, Candinho (por um jogo apenas), Leão e Felipão -, um a mais que a Argentina, que contou com três treinadores desde a última Copa: Tata Martino, Edgardo Bauza e Jorge Sampaoli. Felipão assumiu o time em junho de 2001 e teve praticamente o mesmo tempo que Sampaoli para levar seu time à classificação.
Nas duas Copas América do ciclo até o Mundial na Coreia do Sul e Japão, o Brasil foi campeão de uma e foi eliminado por Honduras nas quartas de final em outra. Já a Argentina bateu na trave nas duas edições que disputou entre 2015 e 2016, em ambas perdendo a decisão para o Chile.
A classificação também veio de forma semelhante. O Brasil precisava vencer a Venezuela para ir à Copa sem precisar da repescagem, tal como os argentinos contra o Equador. Até o placar foi semelhante: 3 a 0 para a Seleção, com dois gols de Luisão e um de Rivaldo.
Curiosamente, o líder daquela edição era a Argentina, com uma campanha praticamente idêntica a Brasil de Tite: foram 13 vitórias, quatro empates e uma derrota para os hermanos em 2001, o melhor desempenho na história das Eliminatórias, contra 12 vitórias, cinco empates e uma derrota do Brasil de 2017.
A estrela do craque
Última rodada, vaga escapando e necessidade de vitória. O drama que Messi superou com maestria nesta terça-feira (11) se assemelha ao que Romário encontrou em 1993, quando colocou o Brasil no Mundial dos Estados Unidos, onde a Seleção viria a se tornar tetracampeã mundial.
Diferente de Messi, que chegou a se aposentar da Albiceleste e só voltou graças aos pedidos do novo treinador e da torcida, Romário sequer era convocado por Parreira para as Eliminatórias. Diante do desespero pela classificação, o treinador o chamou para o último jogo, contra o Uruguai.
O Baixinho, que naquele ano jogava pelo Barcelona, assumiu a bronca com uma belíssima atuação e fez os dois gols que colocou o Brasil no Mundial. Já o craque do Barça dos dias de hoje classificou a Argentina ao fazer as redes balançarem três vezes.
Problemas extra-campo
A crise envolvendo o futebol argentino não estava presente somente na seleção como também no seu principal campeonato, que ficou três meses parado por conta de salários atrasados e greve de jogadores no começo do ano. Isso, de certa forma, afetou a seleção, que contou com jogadores sem ritmo por conta da falta de jogos pelos clubes.
O futebol italiano passou por algo muito pior no começo da década de 1980, graças a um escândalo da manipulação de resultados que rebaixou diversos times na Itália. Mesmo assim, a Azurra conseguiu juntar os cacos na reta final e foi campeã da Copa de 1982 em cima do Brasil. Carrasco brasileiro na decisão, Paolo Rossi foi um dos jogadores que sofreu punições por conta do escândalo.
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