Caso FIFA: José Maria Marin é condenado e levado à prisão; pena pode chegar a 20 anos

  • Por Jovem Pan com Estadão Conteúdo
  • 22/12/2017 16h33 - Atualizado em 22/12/2017 18h25
EFE José Maria Marin vinha sendo julgado no Tribunal Federal do Brooklyn, em Nova York

O ex-presidente da CBF José Maria Marin, de 85 anos, foi condenado pela Corte do Distrito Leste de Nova York, nos Estados Unidos, nesta sexta-feira (22). Junto com o brasileiro, outro cartola também foi condenado: Juan Angel Napout, ex-presidente da Conmebol e ex-vice-presidente da Fifa. Manuel Burga, ex-presidente da Federação Peruana de Futebol, ainda não teve o veredicto de seu caso anunciado.

A juíza Pamela Chen aceitou o pedido dos promotores e decidiu pela prisão imediata de Marin. A sentença que definirá a pena do brasileiro só será publicada em 2018, mas ela pode chegar a 20 anos de prisão.

Marin foi considerado culpado em seis das sete acusações de corrupção: conspiração para recebimento de dinheiro ilícito, conspiração para fraude relativa à Copa Libertadores, conspiração para lavagem de dinheiro relativa à Libertadores, conspiração para fraude relativa à Copa do Brasil, conspiração para fraude relativa à Copa América e conspiração para lavagem de dinheiro relativa à Copa América. O dirigente brasileiro foi absolvido apenas da acusação de lavagem de dinheiro da Copa do Brasil.

A magistrada não aceitou os argumentos dos advogados de Marin, que pediram que o brasileiro aguardasse a sentença em prisão domiciliar. Os advogados tentaram interceder, alegando que o réu já se encontrava em prisão domiciliar e não oferecia risco à sociedade, mas não funcionou.

Marin é dono de um apartamento de luxo na Trump Tower em Nova York, onde encontrava-se recluso em prisão desde sua extradição para os EUA, em novembro de 2015. Ele foi acusado pela promotoria de aceitar mais de US$ 6 milhões em troca de subornos de direitos de televisivos de torneios de futebol. Parte deste dinheiro teria sido depositado em uma conta bancária em Nova York que Marin teria usado para pagar despesas pessoais.

Os jurados foram instruídos pela juíza, ouviram os argumentos finais e se reuniram para deliberar por um período de seis dias. Como o caso é muito complexo, dúvidas sobre evidências e instruções da juíza acarretaram na demora de um consenso. Isolados por vários dias, eles foram instruídos a não lerem notícias sobre o caso, tampouco emitir nenhum comentário fora do tribunal.

Nos Estados Unidos, em casos criminais, quando não houver unanimidade no veredicto, cabe ao juiz convocar um novo júri. Havendo a concordância da promotoria, ele também pode absolver os réus – o que dificilmente aconteceria neste julgamento.

Embora haja um veredicto sobre os culpados no julgamento, as sentenças ainda devem demorar alguns dias, pois o júri não determina a penalidade. De acordo com o praxe, os juízes costumam entregar a sentença no prazo de 30 a 60 dias. O prazo para que a juíza Pamela Chen delibere a sentença é indeterminado, podendo ocorrer na próxima semana ou num prazo de até dois meses. Nesse intervalo, a promotoria deve estipular os prejuízos causados pelos réus para que a juíza estipule o valor das multas e da pena.

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