FPF informa que Ministério Público recusou ‘bolha de segurança’ para continuidade do Paulistão

Federação Paulista, porém, afirmou que irá se reunir com os clubes das três principais divisões do Paulista para ‘garantir a conclusão das competições em suas datas programadas’

  • Por Jovem Pan
  • 16/03/2021 10h19 - Atualizado em 16/03/2021 15h05
Reprodução/Twitter/@Paulistao bola do Campeonato Paulista Bola do Campeonato Paulista 2021

A Federação Paulista de Futebol (FPF) emitiu um comunicado na manhã desta terça-feira, 16, informando que fez uma reunião com o Ministério Público Estadual, na noite de ontem, com o objetivo de discutir a continuidade do Campeonato Paulista em meio à fase emergencial, que proibiu a prática de esportes coletivos e determinou a paralisação das competições de 15 a 30 de março para evitar a disseminação do novo coronavírus. Em nota, a entidade detalhou algumas medidas apresentadas, como a realização de uma “bolha de segurança”, onde os atletas e comissões técnicas seriam testados e isolados até o período mais rígido da quarentena. Além disso, foi proposta a suspensão dos jogos da Série A-3 e de parte da A-2. O MP, no entanto, seguiu irredutível e manteve a interrupção do futebol.

“A partir do anúncio da paralisação do futebol, a FPF estudou alternativas e elaborou, com base em dados científicos, um protocolo ainda mais rigoroso para proteger atletas, comissões técnicas, árbitros e os profissionais do futebol. O documento prevê a redução de 56% da quantidade de partidas disputadas no período da Fase Emergencial, com a suspensão temporária da Série A3 e parcial da Série A2 do Campeonato Paulista —a Série A1 teria seus 24 jogos realizados. Para assegurar ainda maior segurança aos profissionais, o novo protocolo criava novamente o conceito de “Bolha de Segurança”, com todas as delegações testadas e isoladas em hotéis ou centros de treinamento até o fim deste período. Sem qualquer contato externo, os clubes se deslocariam apenas para os estádios (totalmente desinfetados) e retornariam para seus alojamentos, com testagens antes e depois das partidas. Além disso, o número de profissionais de operação de jogo nos estádios seria reduzido em 70%, com um esforço coletivo de comunicação para conscientizar torcedores da necessidade do isolamento social”, explicou a FPF. Veja o comunicado completo abaixo.

Apesar da rejeição, a FPF finalizou o comunicado afirmando que iria se reunir com os clubes das três principais divisões do Paulistão nesta terça-feira para discutir as medidas que serão tomadas, “garantindo a conclusão das competições em suas datas programadas”. A ideia da Federação, agora, deve ser transferir as partidas para outro estado – o jogo entre São Bento e Palmeiras, atrasado pela terceira rodada, por exemplo, acontecerá no Independência, em Belo Horizonte, Minas Gerais.

Confira a nota na íntegra

A Federação Paulista de Futebol comunica que se reuniu nesta segunda-feira (15) pela manhã com o Governo do Estado de São Paulo e, à noite, com o Ministério Público Estadual para tratar da paralisação do esporte na Fase Emergencial.

Nos dois encontros, a FPF apresentou um estudo e uma proposta baseada em critérios médicos e científicos, que embasavam o pedido de liberação parcial do futebol neste período, com menos jogos, menos pessoas envolvidas, testes antes e depois de cada partida e uma “bolha de segurança” para atletas e comissões técnicas. Para conhecimento público, abaixo listamos os argumentos:

1- Assim como os restaurantes, que estão impedidos de receber clientes em seus salões e têm funcionado com sistema de delivery, o futebol segue sem público nos estádios, entregando ao torcedor, na sua casa, os jogos por meio de transmissões. No entanto, o futebol é a atividade econômica que possui um rigoroso e inédito protocolo de saúde, com testagens semanais de seus colaboradores e acompanhamento médico diário. Com a paralisação, mais de 3.000 atletas, membros de comissões técnicas e funcionários das agremiações param de ter esse controle médico;

2- O rígido controle faz com que o futebol tenha uma taxa de positividade de 2,2% —15 vezes inferior à taxa do Estado de São Paulo e menor do que a metade do que o número recomendado pela OMS para controle da pandemia (5%). E, como a grande maioria dos atletas que contraíram COVID-19 são assintomáticos, esta testagem ativa permite identificar e isolar imediatamente o profissional, evitando a contaminação de mais pessoas;

3- Na apresentação de quinta-feira (11/3), em que anunciou a Fase Emergencial, o Governo do Estado de São Paulo utilizou um slide em que citou como exemplo países que adotaram medidas restritivas. Em nenhum dos países listados pelo Governo, o futebol foi paralisado na segunda onda de COVID-19, o que demonstra que não há qualquer referência científica internacional que embase a decisão de paralisação do futebol para combate à doença;

4- A partir do anúncio da paralisação do futebol, a FPF estudou alternativas e elaborou, com base em dados científicos, um protocolo ainda mais rigoroso para proteger atletas, comissões técnicas, árbitros e os profissionais do futebol. O documento prevê a redução de 56% da quantidade de partidas disputadas no período da Fase Emergencial, com a suspensão temporária da Série A3 e parcial da Série A2 do Campeonato Paulista —a Série A1 teria seus 24 jogos realizados. Para assegurar ainda maior segurança aos profissionais, o novo protocolo criava novamente o conceito de “Bolha de Segurança”, com todas as delegações testadas e isoladas em hotéis ou centros de treinamento até o fim deste período. Sem qualquer contato externo, os clubes se deslocariam apenas para os estádios (totalmente desinfetados) e retornariam para seus alojamentos, com testagens antes e depois das partidas. Além disso, o número de profissionais de operação de jogo nos estádios seria reduzido em 70%, com um esforço coletivo de comunicação para conscientizar torcedores da necessidade do isolamento social.

A FPF esclarece que, embora todas as medidas tenham sido bem recebidas pelo Governo de São Paulo e pelo Ministério Público, o pleito foi rejeitado sob argumentos que fogem de qualquer conceito médico e científico já visto mundialmente no combate à COVID-19. Nesta tarde (16), a FPF e os clubes das Séries A1, A2 e A3 se reunirão novamente para discutir as medidas que serão tomadas, garantindo a conclusão das competições em suas datas programadas.

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