Lateral da Chapecoense revela ter sofrido racismo em partida da Copa do Brasil

  • Por Jovem Pan
  • 11/04/2019 21h45 - Atualizado em 11/04/2019 21h59
LUCAS SABINO/AGIF/ESTADÃO CONTEÚDO O lateral Eduardo disputa a bola com Andrew na partida entre Criciúma e Chapecoense

Eduardo, lateral-direito da Chapecoense, revelou nesta quinta-feira (11), dia seguinte à vitória da sua equipe sobre o Criciúma por 2 a 0, no estádio Heriberto Hülse, pela terceira fase da Copa do Brasil, ter sido alvo de injúria racial.

Quando o jogador se preparava para dar entrevista, na saída do gramado, um torcedor do time da casa o chamou de macaco. Eduardo rebateu e passou a ser xingado por outras pessoas que estavam próximas ao torcedor. Ele acabou não dando entrevista e desceu para os vestiários.

Nesta quinta, o lateral-direito concedeu entrevista coletiva no CT da Chapecoense e após responder os questionamentos dos jornalistas presentes, já fora dos microfones, revelou o ocorrido, demonstrando muito abatimento com a situação.

Eduardo não registrou boletim de ocorrência e o fato também não foi relatado em súmula pelo árbitro da partida, Leandro Vuaden. A vitória por 2 a 0 garantiu a Chapecoense na próxima fase da competição nacional de mata-mata.

Nota de repúdio

Horas após Eduardo revelar ter sido alvo de injúria racial, a Chapecoense divulgou uma nota oficial em seu site repudiando o ato dos torcedores do Criciúma. Confira o comunicado:

Na noite de ontem, ao deixar o gramado após a partida entre Criciúma e Chapecoense, o lateral Eduardo, infelizmente, foi mais uma das vítimas do racismo. O atleta foi chamado de macaco por uma pessoa que estava na torcida adversária, mas que, certamente, não representa em nada os torcedores carvoeiros – que receberam, de forma digna e civilizada, a delegação alviverde, fazendo uma bonita festa no Heriberto Hülse.

Em sinal de respeito e apoio ao atleta e diante de um fato tão infeliz, a Associação Chapecoense de Futebol reitera o seu repúdio, de forma veemente, a qualquer manifestação de preconceito e considera incabível, retrógrado e infundado que, ainda hoje, o racismo seja uma realidade “comum” na nossa sociedade e no futebol – famoso por nos unir nas diferenças. 

O clube não ficará inerte diante deste ocorrido e lutará para que todas as medidas cabíveis sejam tomadas. Racismo não é normal e está atitude não passará. 

Somos todos iguais

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