MP diz que ex-cartolas do Inter agiram como ‘organização criminosa’

  • Por Jovem Pan
  • 20/12/2018 15h32 - Atualizado em 20/12/2018 15h36
Jefferson Bernardes/VIPCOMM Jefferson Bernardes/VIPCOMM Vitorio Piffero, ex-presidente do Inter, é um dos investigados

Ex-dirigentes do Internacional, como o ex-presidente Vitorio Piffero, estão sendo investigados por suspeitas de desvio de recursos e diversos outros crimes, que teriam sido cometidos nos anos de 2015 e 2016. O Ministério Público do Rio de Grande do Sul (MP-RS) cumpriu 20 mandados de busca e apreensão em residências e empresas de Porto Alegre, Eldorado do Sul e Viamão nesta quinta-feira (20).

Em entrevista coletiva realizada no início da tarde desta quinta-feira, representantes do MP qualificaram a ação dos dirigentes como uma organização criminosa, com braços nos principais setores do clube e com participação direta do ex-presidente.

Também são investigados o ex-vice de finanças Pedro Affatato, o ex-vice de administração Alexandre Limeira, o ex-vice de patrimônio Emídio Marques Ferreira, o ex-vice de futebol Carlos Pellegrini e o ex-vice jurídico Marcelo Domingues de Freitas e Castro.

Segundo o MP, as irregularidades englobam desvio de recursos para obras que nunca foram realizadas, superfaturamento de gastos, como a compra de passagens aéreas, e pagamento de propina na contratação de jogadores, além de acordos trabalhistas com jogadores prejudiciais ao clube em favorecimento de terceiros. As suspeitas se tornaram públicas em 2017, após um relatório de uma auditoria contratada pelo clube apontar indícios de irregularidades nas contas.

“O Inter, além de colaborar durante a investigação inteira, é vítima de todos esses fatos. Estávamos diante de uma organização criminosa. A partir do momento em que o clube tem em todos os braços importantes do clube, o patrimonial, o financeiro, o jurídico e o esportivo, esse tipo de desvio, havia organização criminosa. E a participação do presidente”, afirmou o promotor Flávio Duarte, coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP.

“Não se imagina que cada um dos dirigentes estivesse agindo por conta própria, sem a ciência. Principalmente um presidente que era participante. Participava do futebol, chegou a exercer o cargo na própria gestão. Tinha participação em todas as esferas em que constatamos as fraudes”, reforçou o representante do Ministério Público.

Com Estadão Conteúdo

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