Retorno da torcida aos estádios de São Paulo tem brechas em protocolo e aglomeração de organizadas

Tanto em Corinthians x Bahia, na Neo Química Arena, quanto em São Paulo x Santos, no Morumbi, torcedores conseguiram driblar algumas orientações estabelecidas pelo governo estadual

  • Por Pedro Sciola
  • 09/10/2021 08h00
JHONY INÁCIO/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO Torcedores do Corinthians se abraçam durante partida diante do Bahia, pelo Campeonato Brasileiro Sem máscara, torcedores do Corinthians se abraçam durante partida diante do Bahia, pelo Campeonato Brasileiro

As primeiras partidas de futebol com o retorno do público na capital paulista não tiveram o protocolo sanitário desenvolvido pelo governo estadual seguido à risca. Tanto em Corinthians x Bahia, na Neo Química Arena, quanto em São Paulo x Santos, no Morumbi, torcedores conseguiram driblar algumas orientações. Corintiano, Diego Dantas relatou que não houve aglomeração para entrar no estádio localizado no bairro de Itaquera, mas a fiscalização deu brechas. “Para mim, pediram carteirinha de vacinação. Ainda assim, se você fosse com o RG e a carteirinha de outra pessoa, daria para entrar. Essa triagem, que foi feita antes de passar a catraca, não foi a melhor possível”, disse o cozinheiro.

De acordo com o protocolo, os clubes são obrigados a exigir um documento que comprove a vacinação completa contra o novo coronavírus. Para quem ainda recebeu as duas doses do imunizante, é necessário apresentar teste com antígeno até 24 horas antes da partida ou PCR em até 48 horas. Quanto a isso, o também corintiano Caio Menezes disse não ter visto problema. Para o jornalista, o problema foi a falta de fiscalização quanto ao uso de máscara dentro do estádio, além da aglomeração de torcedores. “Não teve nenhuma fiscalização do uso de máscaras ou do distanciamento, então muita gente ficou o tempo todo sem máscara e fora dos lugares marcados. Teve bastante aglomeração… Às vezes, um segurança pedia para a galera se separar um pouco, mas não faziam mais que isso. Eles mostravam toda hora no telão as orientações de segurança e até pediam para as pessoas cobrirem o rosto ao espirrar ou tossir, já prevendo que ninguém ia usar máscara. No setor norte, das organizadas, estava todo mundo aglomerado mesmo, como em um jogo normal”, comentou.

A falta de distanciamento entre torcedores uniformizados também foi verificada pelo repórter setorista Giovanni Chacon, do Grupo Jovem Pan, que esteve no estádio do Morumbi no empate entre São Paulo e Santos. “Teve uma correria do lado de fora, uma dificuldade por falta de informação devido ao check-in. Muita gente entrou no Morumbi já com a bola rolando, então teve esse problema. Dentro do estádio, a maioria das pessoas estava de máscara, com exceção da arquibancada laranja, onde ficaram concentradas as organizadas. Ali, já era esperada uma aglomeração. No mais, os protocolos foram cumpridos”, disse. Ao contrário do jogo do Corinthians, que contou com mais de 10 mil pessoas e vendeu a maior parte dos ingressos disponíveis em sua casa, o clássico teve baixa adesão. Segundo Chacon, alguns fatores não incentivaram o torcedor são-paulino a ir ao estádio. “A torcida não compareceu em peso por causa da burocracia, do preço do ingresso e também por causa do horário, que não favoreceu. Foi um fiasco, menos de 6 mil torcedores”, finalizou.

Neste final de semana, será a vez de Palmeiras e Santos, os outros dois times grandes de São Paulo que disputam a Série A do Campeonato Brasileiro, reencontrarem seus torcedores. O Verdão recebe o RB Bragantino, neste sábado, 9, no Allianz Parque, buscando reabilitação do torneio. O Peixe, por sua vez, tenta se afastar da zona de rebaixamento em um confronto direto contra o Grêmio, no domingo, 10, na Vila Belmiro. A capacidade de torcedores no estádio só será alterada na semana que vem, a partir do dia 15, quando os clubes poderão colocar 50% da torcida em suas casas. Já a partir de dia 1º de novembro, de acordo com o governador João Doria (PSDB), os estádios paulistas poderão ficar lotados.

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