Pato, Hernanes, Diniz e eleição agitam bastidores do São Paulo; saiba detalhes
Os dois jogadores não devem ficar no clube, que tem um treinador sob pressão e ainda enfrenta conflitos internos característicos de um período pré-pleito
Alexandre Pato e Hernanes, dois jogadores que já foram referência do São Paulo, o técnico Fernando Diniz e a eleição para a presidência do clube têm feito com que os bastidores do Tricolor estejam agitados nas últimas semanas. Para piorar, a equipe não tem correspondido em campo e isso faz com que a pressão só aumente. Pato e Hernanes têm boas chances de nem jogar mais pelo São Paulo. A definição do futuro de ambos deve acontecer nos próximos dias. A situação do atacante parece mais próxima de ser resolvida, já que há conversas para ele se transferir para o Internacional. Com salários elevados, a dupla vive um momento ruim na equipe, mas conta com visões distintas por parte da diretoria e da comissão técnica.
Contratado no meio do ano passado por uma operação de 8,6 milhões de euros (cerca de R$ 38 milhões na época), Pato ainda não mostrou nem de longe aquele jogador que encantou a torcida na passagem anterior. Reserva, não tem sido aproveitado por Fernando Diniz, que está incomodado com a postura do jogador. Com um salário que chega próximo de R$ 1 milhão por mês, Pato voltou em um ritmo muito pior do que estava antes da pandemia, algo que irritou o treinador. Diniz, que tantas vezes elogiou o atacante, esperava que ele voltasse com uma outra postura e assumisse o protagonismo da equipe, ao lado de Daniel Alves. Nos bastidores, a reclamação é que o atleta parece não demonstrar incômodo com a reserva e com a situação ruim da equipe.
“A visão que muita gente de dentro da diretoria tem é que o Pato é um jogador acima da média, mas talvez falte ele acreditar nisso”, disse um conselheiro, ligado ao presidente Leco. “Talvez, saindo para o Inter, ele possa mudar o pensamento”, completou. A avaliação no time paulista é de que Pato é um jogador caro demais para ser reserva e ficar atrás na disputa até de garotos da base que ganham muito menos que ele. O jogador demonstra interesse em permanecer no clube e dar a volta por cima, mas a ideia de retornar ao time onde iniciou a carreira também é algo que o agrada bastante.
Hernanes sente o momento ruim
A situação de Hernanes é oposta à de Pato. O meia tem se cobrado muito por não conseguir jogar bem, e a diretoria também não quer tratá-lo como se fosse um “jogador qualquer”. Na visão da comissão técnica, Hernanes ainda pode ser útil, já que o clube irá enfrentar uma maratona de jogos e ter um atleta com a experiência dele no elenco seria muito importante. Por outro lado, o custo do atleta é extremamente elevado, ainda mais para um reserva. O clube investiu cerca de R$ 13 milhões na contratação e o salário é acima de R$ 1 milhão. A esperança é que chegue uma boa proposta e ele possa sair sem traumas. A rescisão antecipada – ele tem contrato até o meio do ano que vem – não é descartada.
Diniz encara situação delicada
Por enquanto, o treinador permanece no cargo, mas sua situação é bastante delicada. O presidente Leco deseja mantê-lo e lhe dar tempo para trabalhar, mas a pressão para a mudança no comando é muito grande. O único jeito de as coisas mudarem é o time voltar a vencer. O fato de o clube viver um momento eleitoral piora o desgaste e as “cornetagens” em cima do trabalho do treinador. “A diretoria entende que o problema é mais a postura dos jogadores do que no treinador, mas é difícil manter técnico sem resultado”, argumentou um conselheiro, que diz ter ouvido de Leco que, “por enquanto”, não pensa em demitir o treinador.
Eleição potencializa tensão
A eleição para presidente do São Paulo seria em novembro, mas a data ainda não está confirmada. Os sócios votam nos conselheiros deliberativos, que fazem a votação para presidente. Por enquanto, Júlio Casares e Roberto Natel são os candidatos. E, como toda eleição, as especulações aumentam a cada dia. O meia Daniel Alves é um dos alvos preferidos para boatos. A personalidade forte do jogador faz com que exista uma corrente que defenda a ideia de que ele deveria deixar o clube já que demonstrou algumas insatisfações recentes com a diretoria. Notícias de que ele teria pedido para sair ou que seria negociado constantemente aparecem nas redes sociais, mas, por enquanto, tudo é mera especulação. Leco parece estar sozinho no comando do clube, e os candidatos não demonstram interesse no apoio dele. Natel, por exemplo, é vice-presidente, mas tem relações rompidas com o dirigente. Casares também se coloca como oposição.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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