Pistorious se livra de prisão perpétua, mas veredicto é adiado

  • Por Jovem Pan, com Agência EFE
  • 11/09/2014 08h10
EFE Oscar Pistorius se livra de prisão perpétua

A juíza Thokozile Masipa adiou para esta sexta-feira a leitura do veredicto em que o velocista Oscar Pistorius foi absolvido da acusação de assassinar a namorada Reeva Steenkamp.

A magistrada também rejeitou que o corredor tenha matado de forma premeditada a modelo, como sustentava a Promotoria.

A leitura do veredicto foi iniciada ainda pela manhã (hora local) e durou – com diversas paralisações – cerca de três horas e meia. Depois de uma paralisação para o almoço que levou quase duas, Thokozile Masipa reiniciou a sessão e a suspendeu cerca de 20 minutos depois.

Apesar da absolvição da acusação do crime de assassinato, a que poderia ser condenado com prisão perpétua, a juíza acredita que Pistorius disparou deliberadamente e não por acidente, como garantiu o atleta durante o julgamento. Isso deixa aberta a possibilidade de enquadramento no delito de homicídio culposo.

Além disso, a juíza considera que Pistorius atuou de uma forma “negligente”, já que poderia ter pedido ajuda em vez de pegar a arma e disparar contra a falsa ameaça que percebeu, que na verdade era Reeva Steenkamp.

Segundo a magistrada, uma “pessoa razoável” teria atuado de outra maneira diante da sensação de que um ladrão havia entrado pela janela de sua casa, como Pistorius disse ter pensado antes de pegar a arma e disparar através da porta do banheiro.

No veredicto, cuja leitura será retomada amanhã às 9h30 (4h30 no horário de Brasília), Thokozile Masipa afirma que o acusado usou “força excessiva” e não fez tudo para evitar uma morte. A pena para homicídio culposo, não tem uma pena concreta na África do Sul, com isso, a decisão sobre a pena ficará a cargo da juíza. EFE

Declarado inocente

A juíza do processo contra o atleta Oscar Pistorius declarou nesta quinta-feira o atleta como “inocente” do delito de assassinato, do qual era acusado pela Promotoria por matar a tiros sua namorada, a modelo Reeva Steenkamp.

No entanto, a juíza acredita que ele tenha disparado sua arma deliberadamente e não por acidente, como assegurou o velocista durante o julgamento dos fatos ocorridos em 14 de fevereiro de 2013 em Pretória, o que deixa aberta a possibilidade de uma condenação por homicídio que só será conhecida ao final da leitura do veredicto. Além disso, por não ser condenado pela premeditação, Pistorius fugiu de uma pena pérpetua, prevista para o delito.

Segundo a magistrada, Thokozile Masipa, o acusado não podia prever que mataria a pessoa que estava atrás da porta do banheiro quando abriu fogo.

“O acusado não pode ser declarado culpado por assassinato”, destacou a juíza, especificando que o fato de que Pistorius disparasse intencionalmente não implica que quisesse matar.

Seu veredicto critica duramente o corredor, a quem qualificou de testemunha “contraditória” e “evasiva”, embora isto, como ela mesma especificou, não o torna culpado.

Masipa – que poderia absolver ou condenar por homicídio Pistorius – destacou que várias partes da versão dos fatos do atleta carecem de sentido, embora também tenha desprezado a declaração das testemunhas principais da acusação, ao considerá-las “não confiáveis”.

Pistorius confessou ter matado a tiros Steenkamp através da porta do banheiro de sua casa de Pretória.

Em sua defesa, o velocista diz que abriu fogo por acidente e cheio do pânico, ao pensar que Steenkamp era um intruso que tentava roubar sua casa.

O promotor sustentou que Pistorius matou sua namorada intencionalmente após uma suposta discussão.

O acusado tem as duas pernas amputadas desde os 11 meses devido a um problema genético, e corre com próteses de carbono.

O sul-africano se tornou nos Jogos de Londres de 2012 o primeiro atleta com as pernas amputadas a correr em uma Olimpíada com atletas não incapacitados, o que lhe deu fama mundial como exemplo de superação e coragem. EFE

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