Quem é Nathalie Moellhausen, esperança de medalha para o Brasil na esgrima
Nascida na Itália, esgrimista começou a defender a seleção brasileira em 2012, está na melhor fase da carreira e sonha em conquistar pódio inédito
A esgrima é um dos esportes mais tradicionais das Olimpíadas e está presente desde a primeira edição da era moderna dos Jogos. O Brasil não é uma das referências do esporte e, sobretudo por isso, nunca conquistou uma medalha olímpica. A situação pode mudar nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. Isso porque a esgrimista ítalo-brasileira Nathalie Moellhausen vive seu melhor momento da carreira e vem da conquista no Mundial da Hungria de 2019. Mas, afinal, quem é Nathalie Moellhausen? Filha de um alemão com uma ítalo-brasileira, Nathalie nasceu na cidade de Milão, em 1º de dezembro de 1985. Seu primeiro contato com a esgrima foi no Centro de Treinamento Olímpico de Formia quando tinha 15 anos. Em 2009, conquistou seu primeiro título mundial por equipes defendendo a seleção da Itália e, no ano seguinte, faturou sua primeira medalha individual em um Mundial. O ótimo desempenho a levou à Olimpíada de Londres 2012, onde ficou na sétima posição na categoria de espadas por equipe. Desde então, a esgrimista começou a defender a seleção brasileira. Nos Jogos do Rio 2016, acabou caiu nas oitavas de final na categoria individual da espada — melhor resultado do país na esgrima olímpica — e viu o Brasil ficar na última colocação da disputa por equipes. Três anos depois, tornou-se a primeira campeã mundial de esgrima pelo Brasil ao faturar o título em Budapeste, na Hungria. Ela também conquistou três bronzes nos Jogos Pan-Americanos, sendo dois em Toronto (2015) e um em Lima (2019). A partir das 21 (de Brasília) desta sexta-feira, 23, a espadista iniciará a briga por uma histórica medalha.
Em uma publicação recente em seu Instagram, Nathalie disse ter orgulho de defender o Brasil, mas reconheceu a importância da Itália na sua formação. “Hoje eu visto as cores verde e amarela com o maior orgulho de ter conquistado a minha liberdade, de ser o que eu quero, apesar de uma bandeira. Por isso, eu posso me juntar com meu pais de origem e ter o maior respeito por tudo o que este pais maravilhoso me deu. Grazie (obrigado), Italia”, agradeceu. Nathalie tem como missão ajudar a popularizar a esgrima no Brasil. Em 2019, após conquistar o Mundial, ela disse à Jovem Pan que esperava que sua medalha desse à esgrima um pouco mais de visibilidade no país do futebol. “Quero fazer com que o esporte, graças a este resultado, possa ser mais popular e dar mais possibilidade de desenvolvimento. Essa é a coisa mais importante para mim. Vou para o Brasil para poder divulgar [a esgrima] junto com meu treinador, dar aula de esgrima, fazer exibições. Acho que um outro projeto interessante é para as empresas. Empresas que não são de esgrimas, empresas de outros produtos, de qualquer coisa e que precisam saber a história de como uma atleta chegou a este resultado. Isso pode ser um conselho de dia a dia, um conselho para qualquer pessoa. Eu estou aberta a poder compartilhar minha experiência pela esgrima e para outras pessoas”, afirmou.
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O esporte ainda não ganha expressiva a atenção da mídia ou de torcedores, mas isso pode começar a mudar com uma medalha de Nathalie no Japão. “Estou aqui em nome de um país, estou aqui em nome de todos vocês. Porque eu sou vocês, e vocês são eu. Que, por meio de cada um dos toques, vocês possam se identificar e inspirar suas vidas para o melhor. Porque realizando meus sonhos, ajudarei vocês a realizarem os seus. Então, vamos nessa torcida, chegou a hora de se juntar para que seus gritos de força entrem nas arquibancadas vazias e façam vibrar meu coração de amor, única energia que precisarei para lutar. Obrigada a todos os brasileiros pelo apoio”, afirmou a esgrimista.
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