Afeganistão condena sangrento ataque do EI em Jalalabad
Cabul, 19 abr (EFE).- As autoridades afegãs e organismos internacionais como a ONU condenaram neste domingo o violento atentado suicida cometido ontem no leste do Afeganistão pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI), que deixou 35 mortos e 125 feridos.
“Condenamos de maneira categórica os ataques contra civis, que para nós são crimes de guerra. O ataque de ontem é uma tragédia”, disse em entrevista coletiva o porta-voz da Comissão Independente de Direitos Humanos do Afeganistão, Rafiullah Baidar.
O porta-voz afirmou, durante um ato em Cabul ao lado do diretor da missão da ONU no Afeganistão (Unama), Nicholas Haysom, que a “população está atemorizada” diante dos “horrorosos incidentes recentes”, como “decapitações, sequestros ou bombas em espaços públicos”.
Haysom expressou sua “total preocupação sobre o temerário assassinato de seres humanos” no atentado efetuado em frente a um banco na cidade de Jalalabad, na província de Nangarhar, onde dezenas de pessoas, incluídos funcionários públicos, encontravam-se para receber seus salários.
No entanto, o diretor da Unama se mostrou precavido na hora de acusar o Estado Islâmico pelo atentado, apesar do grupo jihadista ter assumido sua autoria e o próprio presidente afegão, Ashraf Ghani, ter acusado os jihadistas pela tragédia.
“Há muitas versões contraditórias para estabelecer se se trata realmente do Daesh (acrônimo do EI em árabe) ou somente grupos armados insurgentes que buscam uma bandeira a qual se unir”, explicou Haysom.
Um parlamentar afegão, Ali Akbar Qasimi, disse à Agência Efe que atentados como o de ontem são cometidos por “grupos criminosos de ex-talibãs” que praticam atos “desumanos” para se parecerem ao máximo ao EI.
Segundo o último informe sobre o atentado de ontem, divulgado pelo diretor do Departamento de Saúde de Nangarhar, entre os 125 feridos 19 se encontram em estado grave e nove deles foram levados para Cabul.
Nos últimos meses o Estado Islâmico foi acusado de cometer várias ações insurgentes no Afeganistão, como a decapitação na sexta-feira de quatro civis na província de Ghazni e o sequestro em vários pontos do país de membros da minoria étnica hazara e de muçulmanos xiitas. EFE
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