Belo Horizonte expõe projetos inovadores desenvolvidos em unidades do Senai

  • Por Agencia Brasil
  • 05/09/2014 16h38

Um sistema inteligente para melhorar o trânsito nas cidades, uma rampa automática que pode ser acoplada a cadeiras de rodas e uma luz ecológica para identificação de táxis são algumas das inovações que estão sendo apresentadas pela primeira vez em uma mostra de nível nacional. Os projetos foram desenvolvidos nas unidades do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial e integram a exposição Inova Senai na Olimpíada do Conhecimento.

A ideia de criar semáforos que abrem ou fecham de acordo com o número de carros em cada rua foi de Rafael Sousa, ex-aluno do Senai de São Luís. Ele apresentou o projeto como conclusão de curso de eletroeletrônica. “Diariamente, sofro com problemas no trânsito, engarrafamentos, falta de sinalização. Às vezes, uma rua está muito engarrafada e o sinal está aberto para uma outra, que está quase vazia”, disse o maranhense.

O sistema inteligente funciona por meio de sensores instalados ao longo das ruas, que contam os carros. Uma central decide qual semáforo deve abrir ou fechar, levando em consideração o tempo máximo que cada um pode ficar fechado para não impedir o fluxo em certas vias menos movimentadas. Segundo Sousa, apenas 1,5% dos semáforos da cidade de São Paulo, conhecida pelos longos engarrafamentos, têm algum tipo de controle. Os demais funcionam com tempos pré-definidos.

A equipe, que é formada por três estudantes e pelo professor de eletroeletrônica Pedro Gomes, busca patrocínio. Instalar um equipamento como esse custa de R$ 15 a R$ 30 por cruzamento. O preço, segundo eles, é semelhante ao dos sinaleiros convencionais.

Outro projeto que pode revolucionar o deslocamento urbano é o de Eliseu de Souza, professor de automação industrial do Senai de Santo Antônio da Platina, no Paraná. O projeto, desenvolvido por uma equipe de 18 pessoas, professores e estudantes, é voltado para cadeirantes e foi motivado pela falta de acessibilidade nas cidades. Nesse sistema, duas placas são posicionadas de cada um dos lados de uma cadeira de rodas. Controladas por botões nos braços da própria cadeira, as placas transformam-se em rampas para transpor obstáculos.

O equipamento pode ser acoplado a qualquer tipo de cadeira. “O que existe hoje no mercado são rampas de 1,6 metros de comprimento, pesadas, que têm de ser carregadas”, explicou o professor. O stand foi visitado por cadeirantes e recebeu elogios. Chegou até a despertar o interesse de investidores que visitavam o local. O preço do equipamento é estimado em R$ 730, mas pode baixar, caso seja produzido em série.

Ao todo, a exposição apresenta 50 projetos inovadores, que são avaliados por uma equipe de profissionais, por investidores e pelo público. A mostra Inova Senai premiará as melhores criações desenvolvidas para atender às demandas da indústria e do mercado. Como parte da avaliação, as equipes se apresentam a potenciais investidores.

O projeto do engenheiro eletricista e professor do Senai de São Paulo Tiago Silva foi elogiado pela banca. Ele desenvolveu uma identificação de táxis, que são colocadas em cima do carro, sem fio. O produto funciona por energia solar e elétrica e pode ser carregado em tomadas ou mesmo no próprio carro. Os fios das atuais luzes passam por fora do veículo ou por um buraco feito no capô e são criticados por taxistas, segundo as pesquisas feitas por Silva. O equipamento desenvolvido por ele custa R$ 250 e pode ser controlado por smartphones.

“Onde eu assino?”, foi a pergunta feita por João Kepler, conselheiro da Anjos do Brasil, logo após a apresentação de Silva aos potenciais investidores. “Importantíssimo ter essa perna de investimento e de negócio. Não adianta fazer, fazer, fazer, se não tiver mercado. Se não tiver para quem vender. Projetos como esse, são incríveis e, de repente, as pessoas estão paradas sem ter como viabilizar isso no mercado. Três telefonemas, ele está no mercado.”

A Anjos do Brasil congrega investidores interessados em colocar o próprio capital em empresas nascentes, com alto potencial de crescimento. “O Brasil é um celeiro de inovação – e inovação, para mim, não é tecnologia. Inovação, para mim, é fazer a mesma coisa de forma diferente. Olhar diferente a mesma coisa”, afirmou Kepler.

*A repórter viajou a convite do Senai

Editor Nádia Franco

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