Artigo: Fábio Alexsandro Costa Bastos sobre Augusto Aras
Fábio Alexsandro Costa Bastos*
Augusto Aras, indicado recentemente pelo presidente Jair Bolsonaro para o cargo de procurador-geral da República (PGR), uma das instituições mais importantes da República Federativa do Brasil, é neto de José Aras, natural de Euclides da Cunha (antiga Nossa Senhora do Cumbe, na Bahia). A mudança do nome do referido município foi idealizada por José Aras para prestigiar o renomado escritor carioca, natural de Cantagalo (RJ), que também era jornalista. A letra do Hino oficial do município de Euclides da Cunha também foi escrita por José Aras. Escritor, poeta, autodidata, repentista, profundo conhecedor da hidrografia da Bahia e “vedor”, ele foi um renomado historiador, retratando, principalmente, a “Guerra de Canudos” e Antônio Conselheiro. Foi o precursor do povoado de Bendegó, atualmente batizado de Distrito de Canudos, onde instalou o “museu de Canudos”.
No lugarejo, residiu Custódio Sabino da Costa, que foi vereador por vários mandatos pelos municípios de Euclides da Cunha e Canudos. O “coronel” Custódio foi também delegado e líder político, tendo exercido profunda contribuição para a emancipação do distrito de Cocorobó e o povoado de Bendegó. Custódio é avô do euclidense Fábio Alexsandro Costa Bastos, juiz de Direito do Tribunal de Justiça da Bahia, atualmente lotado na 2ª vice-presidência do TJ-BA, ex-corregedor regional do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia; de Fabíola Costa Bastos, psicopedagoga e mestra em Educação, renomada professora e educadora, atualmente secretária de Educação do Município de Euclides da Cunha; e de Marcos Costa Bastos, conceituado advogado, integrando escritórios de advocacia em Euclides da Cunha e Salvador.
O nome dado ao povoado de Bendegó decorre da “pedra do Bendegó”, meteorito encontrado em 1784, com 5.360 kg, o maior siderito já encontrado em solo brasileiro, e, à época, o terceiro maior do mundo. Em 1888, a “pedra do Bendegó” foi transferida para o Museu Nacional da Quinta da Boa Vista e resistiu ao incêndio ocorrido no museu em 2018. Os baianos Vladimir Aras, procurador da República (MPF) e renomado jurista, bem como José Aras Neto (advogado e professor), integrante da lista tríplice da OAB para o cargo de desembargador do Tribunal de Justiça da Bahia também são netos de José Aras. O pai de Augusto Aras (Roque Aras) é renomado advogado e jurista, foi secretário municipal e vereador em Feira de Santana, deputado estadual e federal. Roque Aras, 87 anos, é uma personalidade respeitabilíssima na sociedade brasileira, de condutas moral, ética e profissional inabaláveis e incorruptíveis e também é euclidense — nasceu em Monte Santo, em 1932 (nesta data, Euclides da Cunha era um Distrito de Monte Santo).
Adalgisa Aras, professora e odontóloga, filha de José Aras, irmã de Roque Aras, é tia de Augusto Aras, natural de Euclides da Cunha, fixou residência nesta cidade e, durante muitos anos, ensinou nos colégios estaduais José Aras e Educandário Oliveira Brito. A professora Josefa da Costa Bastos, filha de Custódio Costa, exerceu o cargo de vereadora e foi professora e diretora em várias escolas estaduais em Euclides da Cunha, além de ter exercido por mais de uma década o cargo de coordenadora estadual de Educação.
Augusto Aras será sabatinado pelo Senado Federal e a aprovação é desejo dos brasileiros e, sobretudo,dos baianos. Tem uma brilhante carreira como advogado, subprocurador-geral da República, professor da Universidade Federal da Bahia e da UNB (Universidade de Brasília), jurista respeitado mundialmente pelo seu vasto conhecimento jurídico, é um intelectual que pautou sua carreira com muito respeito à Constituição e atuou, invariavelmente, com seriedade, honestidade, comprometimento, coragem e altivez.
A indicação de Augusto Aras, portanto, não é, apenas motivo de orgulho para todos nós baianos e euclidenses, mas é uma “pedra preciosa”, tão importante quanto a “pedra do Bendegó”, maior meteorito já encontrado no Brasil.
Por desígnios de Deus, todos nós de Euclides da Cunha e do Bendegó ganhamos duas grandes e importantes “pedras”. Augusto Aras, nossa “pedra preciosa”, também é do Brasil e dos brasileiros, da Bahia e dos baianos, de Euclides da Cunha e dos euclidenses, do Bendegó e dos bendegoenses. Todos nós brasileiros contamos e confiamos que nossa “pedra preciosa” não apenas brilhará na PGR, exercerá importante e imprescindível trabalho para a economia do Brasil, para o aperfeiçoamento da instituição e contribuirá para a independência e harmonia entre os Poderes.
Augusto Aras brilhará sem ofuscar o brilho de todos os brasileiros que lutam e sonham por uma sociedade mais justa, assim como, contribuirá para as instituições públicas e os Poderes independentes e harmônicos, cumprindo-se a Constituição . Que Deus continue iluminando nossa “pedra preciosa”.
*Fábio Alexsandro Costa Bastos é juiz de Direito do Tribunal de Justiça da Bahia, lotado na 2ª vice-presidência do TJ-BA, ex-corregedor Regional do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia
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