Bolsonaro diz que ‘MST está mais fraco pela facilitação da posse de armas’
Segundo o presidente da República, Jair Bolsonaro, a queda nas ocupações no campo promovidas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) tem relação com a flexibilização da posse de armas de fogo e “a falta de financiamento do setor público e de ONGs”. A afirmação foi feita nesta segunda-feira (15), no seu perfil no Twitter.
Incra registra só 1 ocupação no 1º trimestre diante 43 ações no mesmo período de 2018. O MST está mais fraco pela facilitação da posse de armas, iniciativa que terá derivações pelo governo, falta de financiamento do setor público e de ONGs, algo que não ocorria nos governos do PT
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) April 15, 2019
Bolsonaro declarou, ainda, que a medida terá “derivações”, mas não pormenorizou quais. Há um lobby no governo federal para que sejam modificadas as condições restritivas do porte de armas, principalmente, para produtores rurais.
Em reportagem do Estado de S. Paulo, o MST afirmou que iniciará na quarta-feira (17) o “abril vermelho”, série de ações para relembrar o massacre de Eldorado dos Carajás (PA), ocorrido em 17 de abril de 1996, mas pretende adotar ações alternativas às ocupações. Segundo João Paulo Rodrigues, um dos líderes nacionais dos sem-terra, a ideia é diminuir a tensão das eleições.
Dirigentes do MST e coordenadores de entidades que monitoram conflitos agrários, como a Comissão Pastoral da Terra (CPT), entendem que há preocupação entre os sem-terra com a criminalização das ocupações, como defendido pelo governo Bolsonaro, e o incentivo ao uso de armas de fogo no campo. Dados da CPT revelam um aumento nos conflitos a partir de 2016. Em campanha no ano passado, Bolsonaro defendeu que fazendeiros têm o direito de abrir fogo contra invasores de entidades como o MST.
* Com informações da Agência Estado
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