‘Queiroz cuida da vida dele e eu da minha’, diz Bolsonaro sobre áudio

Na gravação, Queiroz teria falado sobre indicações para cargos no governo

  • Por Jovem Pan
  • 24/10/2019 14h39 - Atualizado em 24/10/2019 14h44
Flickr/Palácio do Planalto Jair Bolsonaro Presidente afirmou que "não está sabendo" do assunto

Em viagem à China, o presidente da República, Jair Bolsonaro, disse desconhecer o áudio divulgado nesta quinta-feira (24) envolvendo Fabrício Queiroz, ex-assessor de um de seus filhos, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ).

“Eu não sei dessa informação. Por favor, o Queiroz cuida da vida dele, eu da minha A minha preocupação aqui, para não acabar a entrevista de vocês [jornalistas], é tratar de questões que envolvem interesse de todos nós brasileiros”, disse à imprensa após jantar com empresários em Pequim.

Ao ser indagado sobre a divulgação novamente, o presidente afirmou que “não está sabendo”. “Quando esse áudio veio à tona?”, questionou. “Não sei, desconheço. Não falo com o Queiroz desde quando aconteceu esse problema”, afirmou sobre as suspeitas de o ex-assessor atuar na prática da chamada “rachadinha” durante período em que trabalhou no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, entre 2007 e 2018.

O áudio de WhatsApp, obtido pelo jornal “O Globo” e divulgado nesta quinta-feira, mostra que, mesmo depois do escândalo, Fabrício Queiroz continuaria tendo influência sobre indicações para cargos. “Tem mais de 500 cargos, cara, lá na Câmara e no Senado”, diz o áudio atribuído a ele. “Pode indicar para qualquer comissão ou, alguma coisa, sem vincular a eles em nada. ’20 continho’ aí para gente caía bem pra c*.”

De acordo com a publicação, a mensagem foi enviada por Queiroz em junho – seis meses depois que o jornal “O Estado de S. Paulo” revelou que o ex-assessor foi citado em relatório do antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) por movimentações atípicas em sua conta.

De janeiro de 2016 a janeiro de 2017, Queiroz movimentou em uma conta mais de R$ 1,2 milhão, quantia considerada incompatível com a renda do então assessor. Ele trabalhava para Flávio, oficialmente, como motorista.

* Com informações do Estadão Conteúdo

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