Gilmar: inquérito sobre acusações de Moro pode ser concluído em 3 meses

  • Por Jovem Pan
  • 28/04/2020 15h24 - Atualizado em 28/04/2020 15h36
DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO gilmar mendes Afirmação de Gilmar foi feita durante sua participação em uma transmissão ao vivo organizada pela Necton Investimentos

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes acredita que o inquérito aberto por ordem do ministro Celso de Mello sobre as acusações do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, contra o presidente Jair Bolsonaro, pode ser concluído em três ou quatro meses.

Segundo ele, é necessário aguardar a resposta das diligências requeridas pelo procurador-geral da República e autorizadas pelo decano. A partir daí, pode haver um entendimento maior.

“São depoimentos que podem ser colhidos rapidamente, eventualmente juntada de provas, comunicações. Não me parece algo que exija perícias, algo extremamente complicado, de modo que pode ser que em 90, 120 dias isso já esteja concluído”, disse o ministro.

O decano da Corte deu 60 dias para que Moro seja ouvido pela Polícia Federal. Aras também pediu para que sejam apresentadas provas de corroboração da denúncia feita pelo ex-chefe da Justiça.

A afirmação de Gilmar foi feita durante sua participação em uma transmissão ao vivo organizada pela Necton Investimentos. A avaliação se deu em resposta a um questionamento sobre eventual transmissão do inquérito para o sucessor de Celso de Mello.

Inquérito pode ficar com ministro indicado por Bolsonaro

O decano deixará a Corte em novembro e caberá à Bolsonaro escolher o próximo nome para o STF. Este herdará os processos de Celso de Mello, possivelmente incluindo o inquérito sobre o presidente. Gilmar esclareceu o procedimento, indicando que se chegar novembro e a investigação não estiver concluída, “em princípio” irá para sucessor, indicado por Bolsonaro.

Gilmar sinalizou ainda que no inquérito apura eventual “falta de independência” do delegado Alexandre Ramagem para assumir a chefia da Polícia Federal tendo em vista “vínculos pessoais”. “Essas questões certamente serão discutidas no inquérito e poderão ser impugnadas no âmbito judicial comum”, concluiu.

* Com informações do Estadão Conteúdo

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