Covid-19: Estudos mostram eficácia de CoronaVac, Pfizer e Moderna; quando começará a vacinação no Brasil
Depois de finalizados os estudos da fase 3, ainda é necessário conseguir o registro da Anvisa e começar a produção e distribuição do imunizante; 120 mil doses da CoronaVac devem chegar em SP nesta quinta-feira, 19
Com a segunda onda acontecendo em diversos países, a corrida pela vacina contra o novo coronavírus tem se intensificado com a finalização de testes e divulgação de resultados da efetividade desses imunizantes. Nesta quarta-feira, 18, a farmacêutica Pfizer anunciou que a sua vacina contra a Covid-19, produzida em parceria com a BioNTech, é 95% eficaz. Nesta semana, outras duas empresas que também desenvolvem imunizantes, a norte-americana Moderna e a chinesa Sinovac, publicaram pesquisas mostrando resultados promissores. No caso da Moderna, estudos preliminares divulgados nesta segunda indicaram que a vacina tem cerca de 94,5% de eficácia na prevenção ao novo coronavírus. Enquanto isso, a publicação científica Lancet Infectious Diseases publicou, nesta terça-feira, 17, dados que demonstram que a CoronaVac é segura, e teve a capacidade de produzir resposta imune no organismo 28 dias após sua aplicação em 97% dos casos. Há ainda a vacina russa, cujos resultados são questionados por pesquisadores, já que o registro da Sputnik V aconteceu em 11 de agosto, antes do início dos testes da fase 3. Porém, a primeira análise de dados apontou que o potencial imunizante tem 92% de eficácia contra o novo coronavírus. Os dados foram baseados em 20 casos da doença entre os indivíduos participantes da pesquisa, divididos entre vacinados e os que receberam placebo, após análise obtida 21 dias depois da primeira injeção do imunizante.
Vacina da Pfizer + BioNTech
O estudo divulgado pelas farmacêuticas Pfizer e BioNTech é o único finalizado após a terceira fase de testes, apesar de ainda não ter sido revisado por pares ou publicado em uma revista científica. O novo resultado é baseado em 170 casos de Covid-19 confirmados entre os mais de 43 mil voluntários. Desse total, 162 infectados tinham tomado placebo — e não o imunizante. De todos os contágios, 10 foram mais agressivos — e só um dos voluntários tinha tomado a vacina. Em idosos com mais de 65 anos, a taxa de proteção foi maior que 94%. De acordo com a empresa, o resultado foi similar nos voluntários independentemente da faixa etária, raça ou etnia. Também não foram notados efeitos colaterais relevantes — apenas leves e moderados, que desapareceram rapidamente, sendo o mais frequente a fadiga.
As empresas anunciaram que pretendem pedir, nos próximos dias, uma autorização ao FDA (equivalente à Anvisa nos Estados Unidos) e outras agências reguladoras em todo o mundo uma autorização para uso emergencial da vacina. A Pfizer espera produzir até 50 milhões de doses da vacina em 2020. Para o ano que vem, são esperados 1,3 bilhões de doses. Esse imunizante vai custar, para os americanos, cerca de US$ 40 por pessoa imunizada — considerando as duas doses. O maior desafio, porém, está na logística de distribuição: a vacina precisa ficar armazenada, na maior parte do tempo, em -70º C. O governo brasileiro afirmou, nesta terça-feira, 17, que negocia a compra de doses, e que isso “deve ocorrer à medida em que os ensaios clínicos apontarem a total eficácia e segurança dos insumos e o registro na Anvisa for realizado”. A previsão do governo é que, entre janeiro e março, a primeira remessa de vacinas esteja disponível e contemple inicialmente os grupos de risco. A farmacêutica trabalha com três faixas: um valor mais alto para países desenvolvidos; um intermediário, onde se encaixa o Brasil; e um mais baixo para países mais pobres.
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