Dilma: diretores da Petrobras não precisaram de ajuda para responder à CPI

  • Por Agência Brasil
  • 06/08/2014 15h28
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Agência Brasil Presidente Dilma Rousseff durante sabatina da CNA

A candidata do PT à reeleição, presidenta Dilma Rousseff, desqualificou hoje (6) a denúncia da revista Veja de que parlamentares da base aliada repassaram perguntas para diretores e para a presidenta da Petrobras, Graça Foster, antes de depoimentos na comissão parlamentar de inquérito (CPI) que investiga denúncias de corrupção na estatal.

Perguntada sobre a eventual participação do Palácio da Planalto na elaboração de perguntas para subsidiar o depoimento de diretores da Petrobras, Dilma disse que a estatal é especialista no assunto e não precisa de auxílio sobre o tema.

“O Palácio do Planalto não é expert em petróleo e gás. O expert em petróleo e gás é a Petrobras. Queria que você [jornalista] me dissesse quem elabora perguntas de petróleo e gás para a oposição. Perguntas sobre petróleo e gás, só um lugar ou em vários lugares no Brasil: na Petrobras e em todas as empresas de petróleo e gás. Eu acho estarrecedor que seja necessário alguém de fora da Petrobras formular perguntas para eles [diretores]”, disse a candidata em entrevista após participar de sabatina organizada pela Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA). 

Depois de responder a perguntas do setor agropecuário, Dilma disse a jornalistas que está em estudo a possibilidade de aumento no percentual de etanol misturado à gasolina, dos atuais 25% para 27,5%, como forma de melhorar a situação do setor sucroalcooleiro.

“O etanol de cana terá que ser competitivo com o etanol de milho [dos Estados Unidos]. A política do governo é ajudar nessa competitividade. Junto com Anfavea [Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores] estamos estudando a possibilidade de ampliar de 25% para 27,5% a mistura do etanol na gasolina. O setor passou por uma crise de sobreprodução no início da crise financeira. Esse processo de crise sistematicamente será absorvido. Estruturas de financiamento mais favoráveis vão garantir ampliação da nossa produtividade”, argumentou Dilma.

Em resposta às críticas dos concorrentes ao Palácio do Planalto, Dilma negou que seu governo tenha estagnado o processo de demarcação de terras indígenas. Segundo ela, somado o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a administração petista “fez a maior reforma agrária desse país”.

“Em termos de volume, ninguém nos bate nessa área. Além do volume, vou dizer algumas medidas fundamentais no processo. Hoje, tem o Minha Casa, Minha Vida Rural para garantir propriedade para pessoas objetos de reassentamento que têm necessidade de ter sua casa”, citou.

Questionada sobre a possibilidade de liberação de defensivos agrícolas, uma forte reivindicação dos produtores rurais, Dilma respondeu que há um cuidado na análise desses produtos.  “Achamos que é possível ter defensivos liberados com um controle bastante especifico. Tem que ser analisado e levado avante”.

A candidata à reeleição demonstrou irritação quando perguntada sobre a possibilidade de o Tribunal de Contas da União (TCU) rever a decisão sobre o caso da compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, e pedir o bloqueio dos bens da presidenta da Petrobras, Graça Foster.

“Você [jornalista] já julgou? Acho que, se não houve julgamento, não há constrangimento nenhum. Peço para não me fazer uma pergunta sobre julgamento que não aconteceu”, respondeu.

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