Direita vai tentar saída rápida e esquerda terá de disputar as ruas, diz Carvalho

  • Por Estadão Conteúdo
  • 18/05/2017 12h33
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Brasília - O ex-ministro Gilberto Carvalho fala à imprensa após prestar depoimento como testemunha na Operações Zelotes, na Justiça Federal (Wilson Dias/Agência Brasil) Wilson Dias/Agência Brasil Ex-ministro Gilberto Carvalho (Agência Brasil)

As forças políticas que apoiaram o impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff e o governo Michel Temer vão tentar uma solução rápida para a crise, pressionando pela renúncia do peemedebista e buscando uma eleição indireta. 

Para evitar esta situação, a esquerda vai ter que lutar nas ruas por eleições diretas já e disputar a hegemonia das manifestações contra grupos como o Vem Pra Rua e Movimento Brasil Livre. A avaliação é do ex-ministro da Secretaria Geral da Presidência Gilberto Carvalho, um dos colaboradores mais próximos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Para ele, a nova crise pode precipitar uma possível condenação de Lula na Lava Jato com o objetivo, de acordo com o petista, de impedi-lo de disputar uma eventual eleição.

“Nem tudo são flores. O que eles vão tentar fazer é uma reação rápida por meio de um processo de eleição indireta. Isso pode levar a um salto de qualidade na capacidade deles de se reaglutinar e deixar o projeto que tentam executar ainda mais sólido”, disse Carvalho.

Segundo o ex-ministro petista, o desafio da esquerda é acumular força nas ruas para impor a ideia de eleições diretas já. Mas isso passa por uma disputa de hegemonia com grupos como MBL e Vem Pra Rua.

“Temos de ir para a rua disputar com a direita e falar em alto e bom som que queremos eleições diretas”, afirmou.

Na manhã desta quinta-feira (18), Lula, o presidente do PT, Rui Falcão, líderes petistas na Câmara e no Senado e representantes da Frente Brasil Popular se reúnem em São Paulo para definir a estratégia de ação frente a iminência de queda do governo Temer

As frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, por sua vez, se reúnem no início da tarde na sede da Central Única dos Trabalhadores (CUT) para elaborar uma agenda de manifestações.

Segundo Guilherme Boulos, líder do MTST e da Frente Povo Sem Medo, pessoas que participaram das manifestações pelo impeachment de Dilma e contra a corrupção serão bem-vindas, mas os movimentos que convocaram os protestos e depois empenharam apoio ao governo Temer, não. 

“Ninguém é dono da rua mas tem gente hipócrita que até ontem estava posando para fotos ao lado do Temer e do Eduardo Cunha. Movimentos oportunistas não serão aceitos”, disse Boulos.

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