Em culto evangélico, Bolsonaro diz que vai indicar pastor para próxima vaga do STF

Presidente convidou os fiéis a imaginarem as sessões ‘daquele Supremo Tribunal Federal’ começarem com uma oração; escolha do desembargador Kassio Nunes desagradou apoiadores

  • Por Jovem Pan
  • 06/10/2020 00h35
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Alan Santos/PR O culto desta segunda foi uma homenagem pelo aniversário de 86 anos do pastor José Wellington Bezerra da Costa, presidente da Assembleia de Deus Ministério do Belém

O presidente Jair Bolsonaro afirmou na noite desta segunda-feira, 5, em culto da Assembleia de Deus Ministério do Belém, em São Paulo, que indicará para a próxima vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) um pastor evangélico. A promessa se refere ao assento que ficará vago com a aposentadoria compulsória do ministro Marco Aurélio Mello, que em julho do ano que vem completa 75 anos. “A segunda vaga […], com toda certeza, mais que um terrivelmente evangélico, se Deus quiser nós teremos lá dentro um pastor”, declarou o presidente. Em seguida, convidou os fiéis a imaginarem as sessões “daquele Supremo Tribunal Federal” começarem com uma oração.

Na quinta-feira, 1º, Bolsonaro oficializou a indicação do desembargador Kassio Nunes Marques, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), para a vaga a ser aberta pela aposentadoria do ministro Celso de Mello, prevista para 13 de outubro. Assim que o nome veio à tona como um “supremável”, Bolsonaro começou a sofrer ataques de diversos segmentos da base bolsonarista, que o acusam de traição por indicar à Corte um juiz conhecido por ter bom trânsito com o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), e com lideranças do Centrão, como o senador Ciro Nogueira (Progressistas-PI). “Alguns, um pouco precipitados, achavam que devia ser a primeira vaga, que eu acabei de indicar”, comentou o presidente, que tem se mostrado incomodado com os ataques a sua escolha.

Mais cedo, a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, ele afirmou que as indicações ao Supremo são, para muitos, “igual a escalar a seleção brasileira” e que “todo mundo tem seu nome”. O chefe do Executivo ressaltou que o desembargador é “católico e tem certa vivência na área militar” e rebateu também críticas sobre Nunes ter tido ligações com o Partido dos Trabalhadores no passado. Antes de fazer a promessa sobre indicar um pastor evangélico ao Supremo, Bolsonaro se dirigiu ao ministro da Educação, Milton Ribeiro, também presente na celebração, e perguntou: “Quem diria que teríamos um pastor à frente da educação do Brasil?”

O culto desta segunda foi uma homenagem pelo aniversário de 86 anos do pastor José Wellington Bezerra da Costa, presidente da Assembleia de Deus Ministério do Belém. Além de Ribeiro, estão presentes autoridades como a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), e o ex-ministro Gilberto Kassab (PSD). A participação de Bolsonaro no culto ocorreu poucas horas depois de o presidente declarar publicamente seu apoio à candidatura do deputado federal Celso Russomanno (Republicanos-SP) na disputa pela Prefeitura da capital paulista.

* Com informações do Estadão Conteúdo

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