Evitando ataque a Renan, líderes do PT apostam em plebiscito sobre novas eleições

  • Por Estadão Conteúdo
  • 08/06/2016 08h34
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Plenário durante sessão conjunta do Congresso Nacional destinada à apreciação de 24 vetos, 2 projetos de resolução e do PL (CN) 1/2016, que altera a meta fiscal de 2016. À mesa: presidente do Senado, senador Renan Calheiros (PMDB-AL); secretário-geral da Mesa, Luiz Fernando Bandeira de Mello Filho; deputado Silvio Costa (PTdoB-PE); à tribuna, senador Romero Jucá (PMDB-RR) Foto: Roque de Sá/Agência Senado Agência Senado Renan Calheiros

Lideranças do PT no Senado não acreditam que a eventual prisão de líderes do PMDB seja suficiente para reverter os votos que a presidente afastada Dilma Rousseff precisa no processo de impeachment. Em tom ameno, os parlamentares evitam acusar o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o senador Romero Jucá (PMDB-RR), mas defendem reservadamente a realização de um plebiscito para consultar a população sobre novas eleições. 

Esta, acreditam, seria a principal estratégia para convencer os indecisos a apoiar Dilma, além de ser uma oportunidade para a presidente afastada reconquistar legitimidade na Casa.

Para viabilizar a ideia, os congressistas precisam convencer os movimentos sociais a apoiar a consulta popular, já que acreditam que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) não deve surgir do partido e sim das “ruas”. Até o momento, a Central Única de Trabalhadores (CUT) seria o ponto de maior resistência, mas, segundo algumas lideranças, já estaria demonstrando sinais de que poderia endossar a ideia. Os movimentos também seriam o caminho para convencer a presidente afastada, que, na atual conjuntura, estaria vendo o assunto com maior simpatia.

Embora avaliem que o governo está enfraquecido, os petistas evitam ataques aos aliados do presidente em exercício Michel Temer. Em algumas alas da legenda, há o temor de que o caso do ex-senador Delcídio Amaral, preso no ano passado, possa ter aberto precedentes para outras diligências desse tipo, o que seria reforçado caso o Supremo Tribunal Federal acate os pedidos de prisão da Procuradoria-geral da República (PGR). 

Alguns parlamentares também consideram ser muito cedo para celebrar uma vitória do partido. Eles estão receosos com o acordo de delação premiada da Odebrecht, que poderia envolver membros da sigla. 

A proposta do plebiscito é defendida abertamente por cerca de dez senadores “independentes” do Congresso Nacional, como Cristovam Buarque (PPS-DF), que votou a favor da abertura do processo de impeachment de Dilma. Assim que soube dos pedidos de prisão de Renan e Jucá, mais cedo, ele ligou para parlamentares defendendo a ideia de novas eleições. 

Já os governistas são totalmente contrários à proposta. Segundo o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), não é possível nem sequer discutir a ideia, pois, segundo ele, antecipar ou postergar um pleito seria inconstitucional.

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