Extrema pobreza atinge quase 11 milhões de jovens no Brasil, aponta Fundação Abrinq

Famílias passaram a elevar seu índice de endividamento em 2015 e o número atingiu recorde durante a pandemia de Covid-19; jovens de até 14 anos de idade passam o dia com apenas R$ 11 por dia

  • Por Jovem Pan
  • 11/03/2023 08h24 - Atualizado em 11/03/2023 14h48
DANIEL RAMALHO / AFP crianças com fome Em 2022, extrema pobreza atingia quase 11 milhões de jovens no Brasil

Um levantamento realizado pela fundação Abrinq, em 2021, apontou que quase 11 milhões de crianças e adolescentes viviam em condição de extrema pobreza no Brasil. O número representa um aumento de 40% em comparação a 2020, quando eram 7 milhões e meio de crianças e adolescentes nestas condições. Jovem com alguns meses de idade até os 14 anos vivem com R$ 11 por dia. Renan Silva, professor de economia do IBMec Brasil, explica que o aumento na pobreza extrema dos jovens é um reflexo da situação econômica brasileira nos últimos anos. “No princípio do período de 2012 a 2022,você tem já um endividamento crônico da família. Esse movimento jogou a família num empobrecimento grave e que culminou na recessão de 2015 e 2016. Por último, tivemos o evento trágico da Covid-19 que potencializou esse endividamento”, disse o especialista. Já no que diz respeito à renda domiciliar mensal per capita, em 2021, eram 73 milhões de brasileiros vivendo com até meio salário mínimo, ou seja R$ 550. Com R$ 275, ou seja, metade de meio salário mínimo, viviam 30 milhões de brasileiros. Mesmo diante desse quadro, o gerente-executivo da Abrinq, Vitor Graça, defende a necessidade de políticas públicas para mitigar a pobreza e desnutrição infantil. “Precisamos tirar as crianças da pobreza, reduzir a mortalidade materna e fazer um pacto pela educação. A porta de saída de vários desses problemas é a educação. A educação leva a criança à escola, alimentação, segurança e, priorizar a educação às crianças, é importante”, afirmou. O pacto citado por Vitor se baseia em investimentos que devem durar de 15 a 20 anos para surtir efeito transformador na vida dos jovens.

*Com informações do repórter Victor Moraes 

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