Heloísa Teixeira toma posse na Academia Brasileira de Letras

Escritora aposentou o sobrenome Buarque de Hollanda para ocupar a cadeira 30, vaga desde a morte de Nélida Piñon

  • Por Jovem Pan
  • 28/07/2023 23h37
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Reprodução/ twitter @abletras heloísa teixeira, heloísa buarque de hollanda Heloísa é a 10ª mulher eleita na Associação Brasileira de Letras

A escritora Heloísa Teixeira tomou posse na noite desta sexta-feira, 28, na cadeira 30 da Academia Brasileira de Letras (ABL), vaga desde a morte da escritora Nélida Piñon, em dezembro. Recentemente, Heloísa aposentou o sobrenome famoso Buarque de Hollanda – que era do primeiro marido, o advogado e galerista Luiz Buarque de Hollanda – e passou a adotar o Teixeira, de origem materna. Foi com o novo sobrenome – que também ganhou um lugar de destaque na tatuagem desenhada nas costas – que a escritora assumiu seu assento na academia. O presidente da ABL, Merval Pereira, disse que “a nova acadêmica foi eleita Heloísa Buarque de Hollanda e diplomada Heloisa Teixeira”. Durante discurso, Heloísa fez questão de citar a disparidade de gênero encontrada dentro da própria ABL. “Ainda somos pouquíssimas nessa casa: apenas dez mulheres foram eleitas acadêmicas contra um total de 339 homens, o que reflete a desigualdade entre a eleição de homens e mulheres na ABL”. A academia foi inaugurada em 20 de julho de 1897. Eleita com 34 dos 37 votos, ela disse que entra na academia, aos 84 anos, alinhada com o projeto de renovação. “Esse atual projeto de abertura me fascina. E isso não é nem o começo. Tem que ter mulher, negro, índio. Porque são excelentes também. Isso é o Brasil, a democracia. Eu estou muito feliz de chegar nesse momento na academia”, destacou Heloísa, que teceu uma série de elogios à instituição.

“O que é discutido aqui é muito sério. São os problemas da língua nacional, o que é certo, errado, bom ou ruim, e não tem nada mais político e importante. Acho que seria maravilhoso divulgar a gravidade desse assunto para o público. É bacana defender a palavra, a língua, a literatura nacional, a liberdade de expressão. É uma instituição a qual vale a pena pertencer”. A escritora e crítica cultural passa a ser a décima mulher eleita para a ABL. A cadeira 30 tem como fundador o contista Pedro Rabelo e como patrono o jornalista e romancista Pardal Mallet. Já ocuparam o assento como titulares o advogado Heráclito Graça, o médico Antônio Austregésilo e o ensaísta, filólogo e lexicógrafo Aurélio Buarque, além de Nélida Piñon.  Nascida em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, Heloisa se mudou com a família para o Rio de Janeiro aos 4 anos. Filha de um médico, professor e uma dona de casa, é mãe de três filhos: Lula, André e Pedro, todos cineastas.

*Com informações da Agência Brasil

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