Importância da Energia Nuclear é tema em Audiência Pública no Congresso Nacional

Evento foi uma oportunidade para fortalecer a colaboração entre a Marinha e atores do Setor Nuclear

  • Por Jovem Pan
  • 20/06/2024 13h34 - Atualizado em 20/06/2024 13h34
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O Diretor Rafael Grossi disse que é um bom momento para os países latinos se unirem para consolidar a tecnologia nuclear - Imagem: Edwaldo Costa Importância da Energia Nuclear é tema em Audiência Pública no Congresso Nacional O Diretor Rafael Grossi disse que é um bom momento para os países latinos se unirem para consolidar a tecnologia nuclear

O Diretor-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha (DGDNTM), Almirante de Esquadra Alexandre Rabello de Faria, representando a Marinha do Brasil, participou da Audiência Pública das Comissões de Minas e Energia e de Transição Energética e Produção de Hidrogênio Verde, realizada na Câmara dos Deputados. O evento, requerido pelos deputados Arnaldo Jardim e Julio Lopes, abordou a crescente importância da energia nuclear no contexto global, sua relevância na transição energética, além dos benefícios, desafios e perspectivas dessa fonte no mundo contemporâneo.A abertura contou com a presença do Diretor-Geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Mariano Grossi, que contextualizou o panorama mundial segundo a visão da AIEA e falou de sua vinda ao Brasil.”A energia nuclear tem que ser não somente tolerada, mas acelerada. É um consenso global: a nuclear tem que ser acelerada paralelamente às renováveis. A tendência é de alta diante de novas tecnologias, como a de pequenas usinas (SMRs) e de sinalizações positivas vindas dos Estados Unidos e da Europa. As energias limpas representam 30% do total de energia produzida mundialmente, e a energia nuclear é responsável por uma parte significativa desse percentual. Na Europa, onde os debates sobre a adaptabilidade e conveniência da energia nuclear são intensos, metade da energia limpa é de origem nuclear”, afirmou o Diretor-Geral da AIEA. Grossi enfatizou ainda que o Brasil é uma nação de grande relevância no setor nuclear. Não há discussão sobre esse tema no mundo sem a participação brasileira. “O país tem demonstrado um progresso significativo e possui um programa nuclear robusto, incluindo a produção de combustível nuclear e avanços na pesquisa de reatores”, concluiu.

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Na segunda mesa, coordenada pelo Deputado Arnaldo Jardim, o tema abordado foi “Iniciativas no Âmbito Internacional”. A discussão contou com a participação remota de Ernest Moniz, Diretor-Executivo da Energy e ex-Secretário de Energia dos Estados Unidos, que comentou sobre as ações internacionais em energia nuclear. Isabelle Boemeke, Diretora-Executiva do “Save Clean Energy” e influenciadora digital na área de energia nuclear, destacou que a energia nuclear é vital para um futuro em que a humanidade não só sobreviva, mas também prospere. A terceira e última mesa, coordenada pelo Deputado Julio Lopes, também contou com a participação de diversas autoridades, incluindo o Almirante de Esquadra Rabello, e o Diretor-Presidente da Eletronuclear, Raul Lycurgo Leite. Estiveram presentes, também, o Diretor-Presidente da Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A. (AMAZUL), Vice-Almirante Newton de Almeida Costa Neto, o Presidente da Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (ABDAN), Celso Cunha, e o Professor Doutor responsável pelo Laboratório de Irradiação de Alimentos e Radioentomologia do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA/USP), Thiago de Araújo Mastrangelo.O debate proporcionou troca de informações, apontou os avanços na área nuclear e estimulou reflexões e iniciativas que conduzam a um futuro mais sustentável e seguro para todos. Em sua fala, o Almirante de Esquadra Rabello destacou a importância da energia nuclear no mundo e os programas estratégicos: Programa de Desenvolvimento de Submarinos e Programa Nuclear da Marinha, cujo objetivo principal é a obtenção do primeiro Submarino Nuclear Convencionalmente Armado (SNCA) do Brasil. “Todas as grandes transformações mundiais tiveram, de alguma maneira, relação com mudanças energéticas. O Brasil é um player importante porque, além de termos urânio, temos o conhecimento. Temos a tecnologia para processá-lo e transformá-lo em combustível. Só três países têm essas vantagens: a China, a Rússia e o Brasil. Temos muito cuidado com o ambiente da região onde estamos instalados. Existe uma obrigatoriedade de mapeamento dessas condições ambientais para verificar o nível de radiação. Nós ampliamos e dobramos esse alcance para o nosso laboratório em Aramar. Nunca tivemos qualquer problema na região. Além de cooperação técnica com a AIEA, temos uma parceria humanitária; ela nos doou três mamógrafos que hoje estão instalados em nossos navios hospitais, que navegam na Amazônia. Então, essa nossa parceria com a Agência tem benefícios para os brasileiros”, declarou o Diretor-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha.

O Diretor-Presidente da AMAZUL também fez importantes considerações durante a audiência. “Nossa missão é fundamental para a consolidação do Programa Nuclear Brasileiro. Estamos empenhados em desenvolver tecnologias inovadoras voltadas para garantir a soberania brasileira no mar, melhorar a saúde e a qualidade de vida da população e proporcionar outros benefícios para a sociedade. A sinergia entre a AMAZUL, a Marinha e outros atores do Setor Nuclear é vital para o sucesso das nossas iniciativas. Acreditamos que a cooperação e o diálogo contínuo são essenciais para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que a energia nuclear oferece,” afirmou o Vice-Almirante Newton. Para o Presidente da ABDAN, a audiência pública foi um momento histórico, destacando a presença inédita de Rafael Mariano Grossi no Parlamento. “A vinda do Diretor-Geral da AIEA simboliza o avanço e a importância do setor nuclear brasileiro. O mundo precisa avançar na descarbonização, e o Brasil tem promovido o desenvolvimento e o fortalecimento no setor nuclear”, afirmou Celso Cunha.A audiência pública foi um marco importante na agenda de transição energética do Brasil, reforçando o compromisso do País com o desenvolvimento de tecnologias limpas e sustentáveis.

Publicado por Heverton Nascimento

*Com informações da Agência Marinha de Notícias

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