Total de infectados pela Covid-19 pode ser até 12 vezes maior que o contabilizado, diz estudo
Uma projeção feita pelo Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde (Nois), da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), apontou que os registros oficiais de incidência da covid-19 no Brasil correspondem a apenas 8% da realidade de pessoas doentes. O documento, divulgado nesta segunda-feira, aponta que os índices verdadeiros podem ser até 12 vezes superiores aos contabilizados pelo Ministério da Saúde, e poderiam já beirar os 300 mil.
Em São Paulo, estado considerado epicentro do novo coronavírus no país, e no Rio de Janeiro, o percentual de notificações está ainda mais baixo que a média nacional – 6,5% e 7,2%, respectivamente. De acordo com a nota, “o elevado grau de subnotificação pode sugerir uma falsa ideia de controle da doença e, consequentemente, levar ao declínio da implementação de ações de contenção, como o isolamento horizontal”.
O objetivo da pesquisa é alertar para a importância da testagem em massa, e do fornecimento de dados mais consistentes. “O principal problema da subnotificação é que as pessoas que possuem o vírus, mas não foram testadas podem eventualmente ter um relaxamento maior no isolamento social”, afirmou o pesquisador do Nois Marcelo Prado, engenheiro da Biz Capital. “À medida que a subnotificação aumenta, um número maior de pessoas pode relaxar na questão do isolamento social e, com isso, aumentar as taxas de contágio da doença.”
Além disso, explica, o conhecimento da dimensão real do cenário da epidemia no país é fundamental para as autoridades de saúde dimensionarem e distribuírem equipamentos como leitos de UTI, ventiladores e materiais de segurança, além da implementação de medidas de isolamento mais eficientes, centralizadas em locais de maior incidência do vírus.
* Com Estadão Conteúdo
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