Jucá diz que alta de imposto pode ser necessária mas que decisão é da Fazenda

  • Por Estadão Conteúdo
  • 17/05/2016 11h59
Brasília - O ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Romero Jucá durante coletiva de imprensa no Palácio do Planalto (José Cruz/Agência Brasil) José Cruz/Agência Brasil Romero Jucá - ABR

O ministro do Planejamento, Romero Jucá, admitiu, nesta terça-feira (17), que impostos podem ser criados “no momento oportuno”. “Uma transição com imposto pode ser necessária, mas será anunciada no momento oportuno”, Ponderou.

Quanto à recriação da CPMF, o líder peemedebista disse que a decisão cabe à Fazenda, comandada por Henrique Meirelles, mas enfatizou que a alta de impostos não é a primeira opção para equacionar as contas. “Antes, é preciso fazer o dever de casa”, referindo-se ao corte de gastos, à recuperação da economia e ao restabelecimento da credibilidade do governo.

O político de Roraima reafirmou que a meta do governo é cortar, no mínimo, 4 mil cargos comissionados até o fim do ano. Segundo o ministro, o governo federal tem 20 mil cargos com DAS, a gratificação por posto de chefia, e é preciso racionalizar as despesas visando melhorias na gestão. 

Investigação

Jucá declarou ainda estar tranquilo quanto ao andamento das investigações da Operação Lava Jato que envolvem seu nome, posicionando-se em apoio à Lava Jato e esperando que o Ministério Público faça todas as investigações necessárias. Questionado sobre o envolvimento do agora ministro nos inquéritos, Michel Temer, o presidente em exercício, falou que reavaliaria a participação de seu aliado caso ele se tornasse réu.

“Estou muito tranquilo quanto a isso. Fui mencionado por algumas pessoas, já prestei as informações necessárias quando assumi a presidência do PMDB e enfrentei a questão da coordenação do impeachment. Portanto, se eu tivesse algum receio, eu não teria comprado as brigas que comprei”, cravou a jornalistas, antes de participar do XXVIII Fórum Nacional, um evento promovido pelo ex-ministro do Planejamento João Paulo dos Reis Velloso, no Rio.

Jucá contou ainda que ajudou na manutenção de Rodrigo Janot no cargo de procurador-geral da República por considerar que esteja fazendo um grande trabalho.

“A operação Lava Jato é importante, muda o paradigma da política no Brasil. A relação entre empresas, empresários, políticos e partidos políticos tinha que se ajustar. A operação é uma ação de choque, mas vai nessa direção positiva. Portanto, estou muito tranquilo, vou continuar fazendo o meu trabalho e aguardar a manifestação do Ministério Público”, terminou.

No final da conversa, o ex-senador insistiu que não seria necessário um período de transição, já que costumava tratar semanalmente com os ex-ministros Valdir Simão e Nelson Barbosa, do Planejamento e Fazenda, respectivamente.

“O trabalho está começando e temos longo caminho para ajudar na administração, na governança e no desenvolvimento que passaram ao Ministério do Planejamento. Enfim, remodelar o Brasil, diminuir os custos, procurar o ajuste fiscal e fazer com que os investimentos possam voltar, pois, com o crescimento econômico, haverá emprego e é tudo o que nós queremos.”

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