Juíza abre ação e torna réus dois brasileiros acusados de elo com Hezbollah
Avaliação é a de que a denúncia do Ministério Público Federal preenche os requisitos listados no Código de Processo Penal; lei considera os crimes relacionados ao terrorismo como hediondos
A juíza Raquel Vasconcelos Alves de Lima, da 2.ª Vara Federal Criminal de Belo Horizonte, tornou réus dois alvos da Operação Trapiche, que investiga o recrutamento de dois brasileiros pelo grupo radical Hezbollah. Os réus são Mohamad Khir Abdulmajid, conhecido como “Habibi”, e Lucas Passos Lima. Eles respondem a ação penal por crimes previstos na Lei de Antiterrorismo. A pena para constituir ou integrar organização terrorista é de cinco a oito anos de prisão, além de multa. Considerando a preparação de ataques terroristas, a pena pode ser elevada para 15 anos e seis meses de reclusão. A lei considera os crimes relacionados ao terrorismo como hediondos. A avaliação da juíza é a de que a denúncia do Ministério Público Federal preenche os requisitos listados no Código de Processo Penal, “uma vez que as imputações abrangem fatos aparentemente criminosos”. Para Raquel, há justa causa para a abertura de um processo criminal contra os denunciados.
Lucas Passos Lima, autônomo, está custodiado no Centro de Detenção Provisória II de Guarulhos, na Grande São Paulo. Ele foi preso em novembro do ano passado, no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Cumbica, quando desembarcava de um voo do Líbano. Segundo a decisão, ele “se encontrava no estágio mais avançado do recrutamento”. Já Mohamad Abdulmajid, sírio naturalizado brasileiro e dono de tabacarias em Belo Horizonte, é considerado foragido. O acusado teria saído do Brasil em outubro do ano passado, com destino a Beirute, sem notícia de retorno ao País. Seu nome foi incluído na Difusão Vermelha da Interpol.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.