Ministério da Saúde volta a liberar a vacinação de adolescentes sem comorbidades

Pasta recua da suspensão uma semana após determiná-la; decisão está ligada a caso de jovem que morreu em São Bernardo do Campo (SP) após imunização

  • Por Jovem Pan
  • 22/09/2021 21h49 - Atualizado em 22/09/2021 22h24
ROBERTO CASIMIRO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO Profissional da saúde mostra frasco da vacina da Pfizer contra a Covid-19 Vacina da Pfizer é a única aprovada para adolescentes no Brasil

O Ministério da Saúde recuou da decisão de suspender a vacinação de adolescentes entre 12 e 17 anos sem comorbidades, uma semana após determinar a parada da aplicação de doses da vacina da Pfizer, a única aprovada para a faixa etária, por considerar que era necessário investigar eventos adversos e que não havia provas de benefícios para a faixa etária. “Os benefícios da vacinação são maiores do que os eventuais riscos dos eventos adversos da sua aplicação”, disse. “Comparando tudo o que foi aplicado, mesmo com esses supostos erros de imunização, é um percentual muito baixo (…) então, hoje o ministério não suspende mais de forma cautelar a imunização em adolescentes sem comorbidades”, anunciou a pasta.

O Ministério havia citado como razão a ocorrência de 1,5 mil eventos adversos num total de 3,5 milhões de adolescentes que já haviam sido vacinados. O principal era a morte de uma adolescente de 16 anos de São Bernardo do Campos (SP), que faleceu oito dias após receber uma dose do imunizante da Pfizer. O caso foi investigado pela Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo e pela Anvisa, que concluíram que a jovem veio a óbito por conta de uma doença autoimune rara, a Púrpura Trombótica Trombocitopênica (PTT), e que não era possível estabelecer relação causal entre a doença e a vacina.

Outro ponto seria a aplicação de vacinas de outros fabricantes que não a da Pfizer, com o ministro Marcelo Queiroga chegando a reclamar de uma ‘Torre de Babel’. Em entrevista coletiva, o secretário-executivo do Ministério, Rodrigo Cruz, afirmou que os registros enviados pelos Estados indicavam que apenas 0,7% das imunizações de adolescentes haviam sido feitas com imunizantes não aprovados. “Essa é a importância do PNI (Plano Nacional de Imunização). Se não for conjunto, além de dificultar a administração, a gente não consegue avançar de forma conjunta em todo o país”, destacou Cruz.

“Concluímos que os benefícios da vacinação de adolescentes são maiores do que eventuais riscos dos efeitos adversos, então vamos retomar a imunização deste grupo”, disse o secretário-executivo, destacando também que as prioridades seguem outras: os adolescentes com comorbidades, que seguiam sendo vacinados, as doses de reforço para idosos e diminuir o tempo de espera entre a primeira e a segunda dose para os adultos, mas com a promessa de que haverá doses para todos os brasileiros.

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