Moro e Bolsonaro não fizeram acordo para indicação para o STF, afirma porta-voz

  • Por Jovem Pan
  • 13/05/2019 21h36
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Wilson Dias/Agência Brasil Ex-porta-voz da Presidência da República, Otávio do Rêgo Barros O porta-voz reiterou, porém, que o presidente considera que Moro possui "condições éticas, morais e intelectuais" adequadas para assumir um cargo no STF

O porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, reafirmou que o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, não fizeram um acordo prévio de indicação futura para a próxima vaga no Supremo Tribunal Federal. Em entrevista à Rádio Bandeirantes na manhã deste domingo (12), Bolsonaro disse que “fez um compromisso com o Moro, ele abriu mão de 22 anos de magistratura”.

No entanto, Barros declarou que “Moro deixou claro em várias entrevistas que não condicionou sua participação no governo à provável indicação à vaga no STF”. O porta-voz reiterou, porém, que o presidente considera que Moro possui “condições éticas, morais e intelectuais” adequadas para assumir um cargo de ministro do Supremo.

O ministro da Justiça declarou, em entrevista exclusiva à Jovem Pan Curitiba, ter ficado honrado com a possibilidade, mas reconheceu que não existe a vaga no momento. “Quando surgir, ele vai avaliar se vai manter convite, eu vou avaliar se vou aceitar, se for feito efetivamente o convite”.

Sobre a suposta “garantia”, Moro ressaltou que, em novembro, quando foi convidado a compor o Governo, disse que a ideia era juntar os dois ministérios “e ser firme em relação ao combate à corrupção, crime organizado e crime violento e preservar ideia da Lava Jato”. Segundo ele, “não houve estabelecimento de condições” e “isso seria até inapropriado”.

Flávio Bolsonaro

O porta-voz esquivou-se de comentar a suposta quebra de sigilo do senador Flávio Bolsonaro (PSL), filho do presidente Bolsonaro, e do ex-assessor Fabrício Queiroz. Ele negou que o presidente tenha se referido à medida judicial na sexta-feira passada (10), ao citar a vinda de um “tsunami” para o governo.

Segundo Barros, Bolsonaro falava apenas “em tese” sobre assuntos e desafios do governo. “O presidente deveria ser vidente para, falando de tsunami na semana passada, identificar que seria alguma coisa referente à quebra de sigilo do senador Flávio Bolsonaro”, afirmou.

Questionado sobre como a medida investigatória afetaria o governo, o porta-voz disse que as perguntas deveriam ser feitas ao filho do presidente e seu ex-assessor: “O presidente, como de rotina, sobre as questões de Justiça, ele pede que vocês enderecem às pessoas envolvidas. Nesse caso, eu vos peço que enderecem ao próprio senador e eventualmente ao outro cidadão citado”.

* Com informações do Estadão Conteúdo

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