Moro espera acórdão do STF, mas indica que segurará casos de Lula

  • Por Jovem Pan
  • 26/04/2018 13h14 - Atualizado em 26/04/2018 15h16
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Reprodução/TV Cultura O juiz cita parte dos argumentos do MPF, que ponderou que as investigações sobre reformas no sítio de Atibaia frequentado por Lula começaram antes mesmo da colaboração da Odebrecht

Em despacho nesta quinta-feira (26), o juiz Sérgio Moro considerou que tanto a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quanto o Ministério Público Federal se apressaram ao pedirem a transferências das ações de Lula de Curitiba e a permanência delas na 13ª Vara Federal, respectivamente.

“Oportuno lembrar que a presente investigação penal iniciou-se muito antes da disponibilização a este Juízo dos termos de depoimentos dos executivos da Odebrecht em acordos de colaboração, que ela tem por base outras provas além dos referidos depoimentos, apenas posteriormente incorporados, e envolve também outros fatos, como as reformas no mesmo sítio supostamente custeadas pelo Grupo OAS e por José Carlos Costa Marques Bumlai”, afirmou o juiz.

Os pedidos aconteceram após a 2ª Turma do STF determinar que as partes da delação da Odebrecht que citam o petista sejam encaminhadas a São Paulo.

“Não tendo a exceção de incompetência efeito suspensivo, conforme art. 111 do Código de Processo Penal, o feito deve prosseguir, sem prejuízo do aproveitamento dos atos instrutórios caso ocorra posterior declinação. Entendo que há aqui, com todo o respeito, uma precipitação das partes, pois, verificando o trâmite do processo no egrégio Supremo Tribunal Federal, o respeitável acórdão sequer foi publicado, sendo necessária a medida para avaliar a extensão do julgado”, ponderou o magistrado.

Moro avalia, no entanto, que não vê na decisão do Supremo uma “ordem expressa” para que ele envie as ações contra Lula a outro estado.

O juiz cita parte dos argumentos do MPF, que ponderou que as investigações sobre reformas no sítio de Atibaia frequentado por Lula começaram antes mesmo da colaboração da empreiteira.

Moro se resguarda de que os atos instrutórios do caso sejam aproveitados mesmo que os processos pendentes contra o ex-presidente sejam transferidos de Curitiba.

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