MP do RJ abre investigação para apurar irregularidades em licitação para autódromo
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) abriu investigação para apurar supostas irregularidades na licitação para a contratação da Rio Motorsports Holding S.A., responsável pela construção do novo autódromo do Rio de Janeiro, espaço que poderá vir a receber a Fórmula 1 no futuro. A empresa foi a única a apresentar proposta e a vencer a licitação em maio.
Nesta terça-feira (2), o procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro, Eduardo Gussem, confirmou que o caso está sendo examinado pela promotoria estadual. “Está sendo apurado. Está numa fase bem incipiente, inicial. As estruturas técnicas vão analisar com todo o cuidado, com todo zelo”, disse.
A apuração está a cargo da 24.ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal, órgão do MP-RJ responsável por investigar crimes contra a administração pública, ordem tributária e lavagem de capitais.
A licitação já era alvo do Ministério Público Federal (MPF) do Rio de Janeiro, que em Ação Civil Pública pede que nenhuma empresa seja contratada antes que seja apresentado e aprovado o Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EIA/RIMA). No último sábado (29), o MPF indicou que o edital de concorrência foi alterado e a versão final “demonstra que a licitação é direcionada para empresa específica”.
De acordo com o MPF, a primeira minuta do edital lançado pela Prefeitura do Rio de Janeiro previa que equipe a ser contratada para elaboração dos projetos da obra deveria possuir, entre outros itens, experiência na elaboração de Estudo de Impacto Ambiental. Também era exigido que o concorrente apresentasse pelo menos um atestado de capacidade técnica na confecção de projetos de mobilidade urbana e infraestrutura, incluindo trabalhos de terraplenagem e pavimentação de áreas.
O MPF argumenta que a versão final do edital, no entanto, manteve apenas uma exigência: que a empresa tivesse experiência na administração de autódromos internacionais. Essa alteração, segundo o MPF, configura que a licitação foi direcionada a uma empresa específica.
O que dizem os envolvidos
Tanto a Prefeitura do Rio de Janeiro quanto a Rio Motorsports Holding S.A negam qualquer irregularidade. A empresa declarou em nota que “reitera sua tranquilidade e absoluta confiança na licitude do processo”.
O município, por sua vez, ressalta que seguiu todas as orientações sugeridas pelo Tribunal de Contas do Município (TCM) na produção do edital e, em comunicado divulgado no domingo, criticou a atuação de procuradores. “Ressaltamos a esquizofrenia do MP em procurar ‘pelo em ovo’. Lamentamos que essa alucinação seja custeada pelo contribuinte”, disse trecho da nota.
* Com informações do Estadão Conteúdo
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