MPF cobra Weintraub sobre indicação de reitores que não concorreram em eleição

Em pelo menos duas ocasiões, ministro não respeitou o resultado das urnas e colocou pessoas que não participaram do pleito

  • Por Jovem Pan
  • 21/04/2020 16h13
Agência Brasil Ministro Abraham Weintraub Descumprimento ocorreu nas eleições dos IFES do Rio Grande do Norte e de Santa Catarina

O Ministério Público Federal, por meio da Procuradoria dos Direitos do Cidadão, pediu ao ministro Abraham Weintraub que explique por que o Ministério da Educação tem deixado de acatar o resultado de eleições para reitores nos Institutos Federais de Educação do País.

Em pelo menos duas ocasiões, nas eleições dos IFES do Rio Grande do Norte e de Santa Catarina, Weintraub não teria respeitado o resultado das urnas. Segundo o órgão da Procuradoria, o MEC publicou no Diário Oficial da União na sexta-feira (17) portarias que indicam reitores temporários para as duas instituições e excluem os nomes dos eleitos.

No caso do Rio Grande do Norte, o ministro designou Josué de Oliveira Moreira para exercer o cargo de reitor “pro tempore” do Instituto Federal. O servidor, no entanto, nem sequer concorreu às eleições, realizadas em dezembro de 2018.

Em Santa Catarina, embora o vencedor do pleito tenha sido o professor Maurício Gariba Júnior, o MEC indicou o servidor Lucas Dominguini, que também não participou do processo eleitoral. Maurício Gariba foi eleito reitor do IFSC em dezembro do ano passado, e aguardava a nomeação para exercer o mandato 2020-2024.

A eleição para o cargo de reitor nos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia em todo o Brasil conta com a participação de alunos, professores e servidores técnico-administrativos dos campi e da reitoria.

No ofício enviado nesta segunda (20) ao ministro Abraham Weintraub, a Procuradoria estabelece o prazo de dez dias para receber os esclarecimentos quanto a não observância do resultado dos pleitos. “A resposta deve vir acompanhada dos respectivos documentos que fundamentaram as decisões”, argumenta o MPF.

* Com informações ao Estadão Conteúdo

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